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24/09/2002 - 07h42

Dossiê britânico diz que Iraque pode fabricar bomba atômica em um ano

da France Presse, em Londres

O Iraque poderia fabricar uma bomba atômica entre um e dois anos, segundo um informe contra o regime do presidente iraquiano, Saddam Hussein, revelado esta manhã pelo governo britânico.

De acordo com o dossiê, de 55 páginas, o Iraque continua seus esforços para possuir a bomba atômica, embora seu armamento químico e biológico já constitua uma ameaça imediata.

O regime iraquiano "tentou de maneira clandestina adquirir tecnologia e materiais que poderiam ser utilizados na produção de armas nucleares", afirma o texto.

O Iraque tem "planos militares" para o uso de armas químicas e biológicas, segundo o documento revelado pelo governo britânico.

Em Bagdá, o ministro iraquiano de Cultura, Hamed Yussef Hammadi, qualificou de "infundadas" as acusações britânicas.

Ainda de acordo com o informe, Bagdá tentou adquirir "quantidades importantes" de urânio na África, apesar de não ter programa nuclear civil que o justifique.

O dossiê de "provas" contra o Iraque afirma igualmente que o regime iraquiano tem capacidade de mobilizar armas químicas e biológicas em um período de 45 minutos.

Bagdá conservou até 20 mísseis Al Hussein fabricados a partir de mísseis soviéticos Scud, de um alcance de 650 km.

"O quadro descrito pelo comitê [britânico] conjunto de inteligência se tornou mais preocupante há alguns meses", afirma o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, nesse documento.

"Estou plenamente convencido de que Saddam Hussein fará o máximo, e, para dizer a verdade já é o caso, para esconder essas armas e evitar assim ter de renunciar a elas", diz Blair.

O documento britânico se intitula "As armas de destruição em massa do Iraque: avaliação do governo britânico".

O regime iraquiano estaria capacitado para fabricar a bomba atômica em um ou dois anos se conseguisse de fontes estrangeiras suficiente matéria físsil. Caso contrário, precisaria de cinco anos, afirma o dossiê. O documento publica ainda como "provas" várias fotos tiradas por satélite de seus serviços de inteligência.

Especialistas iraquianos foram convocados para trabalhar em programas nucleares militares, diz o documento.

Os mísseis Al Hussein podem atacar Israel, Turquia ou Chipre, onde as forças britânicas possuem instalações militares.

O regime iraquiano teria construído uma nova instalação para pôr em funcionamento mísseis de alcance semelhante.

Blair afirma também no documento que não tem "nenhuma dúvida de que a ameaça é séria e atual e que Saddam Hussein progrediu em seu programa de armas de destruição em massa e é preciso pará-lo".

Tony Blair é o único líder do cenário internacional que apóia as ameaças norte-americanas de intervenção militar contra o Iraque.

O informe foi recebido com ceticismo por Jeremy Corbyn, um dos deputados trabalhistas contrários à intervenção militar no Iraque. "Não há nada de novo nisso aí [no documento], não temos nenhuma prova da tal ameaça iraquiana", disse o deputado pela televisão Sky News.

Os parlamentares britânicos iniciaram esta manhã um debate extraordinário sobre a crise iraquiana.

O dossiê britânico pode ser consultado, em inglês, nos seguintes sites: www.pm.gov.uk ou www.fco.gov.uk.

  Veja galeria de fotos do dossiê britânico

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