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02/10/2002 - 07h57

EUA começam a fichar visitantes muçulmanos e do Oriente Médio

RUPERT CORNWELL
do "The Independent", em Washington

As autoridades americanas começaram ontem a implementar sua nova política de registrar certos indivíduos de países muçulmanos e do Oriente Médio quando entram nos EUA.

A medida significa que qualquer um que possa corresponder a um "perfil terrorista" será interrogado, fotografado e terá de deixar suas impressões digitais em postos de fronteira dos EUA.

O objetivo é evitar uma repetição dos lapsos de segurança que permitiram que os sequestradores de 11 de setembro vivessem sem ser detectados por tanto tempo nos EUA (em ao menos dois casos, depois que a CIA foi advertida de que eles eram provavelmente membros da Al Qaeda).

Teoricamente, cada uma das 35 milhões de pessoas que visitam os EUA anualmente poderiam ser afetadas. Na prática, contudo, os funcionários dos serviços de imigração se concentrarão em cidadãos do Irã, da Líbia, do Iraque, da Síria e do Sudão, todos os quais sempre serão registrados ao chegar aos EUA.

Além disso, afirmou o Departamento de Justiça, qualquer um que tenha feito visitas frequentes ao Oriente Médio, ao norte da África, a Cuba ou à Coréia do Norte -todas consideradas regiões com ligações com o terrorismo- pode ser interrogado se não fornecer uma "explicação satisfatória" para suas viagens.

Críticas
As medidas foram alvos de fortes críticas nos EUA por parte de grupos de defesa das liberdades civis e organizações árabe-americanas, que afirmam que são abertamente discriminatórias por se basearem exclusivamente em critérios raciais e religiosos.

O premiê da Malásia, Mahatir Mohamad, que já foi elogiado pela Casa Branca por sua ajuda na "guerra ao terrorismo" declarada pelos EUA, atacou as medidas ontem e disse: "não sou um ladrão, não sou um terrorista".

Após reclamar de uma "histeria geral antimuçulmana" e de que, "por causa das ações de um punhado de pessoas, todo o mundo muçulmano parece ter sido rotulado", o premiê acrescentou: "O país é deles, então não sei o que podemos fazer a respeito disso. Mas é claro que estou aborrecido. Não sou um ladrão, não sou um terrorista".

Leia mais:
  • A guerra contra o terrorismo


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