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05/10/2002 - 09h23

Grupo de inspetores da ONU parte para o Iraque dia 19, diz Rússia

da Folha Online

Um grupo especial de inspetores de desarmamento da ONU (Organização das Nações Unidas) deve partir para o Iraque no dia 19, anunciou hoje o ministro das Relações Exteriores russo, Igor Ivanov, dois dias depois de o chefe da missão, o sueco Hans Blix, ter se recusado a apontar uma data.

"É importante que a partida ocorra na data prevista", afirmou o chefe da diplomacia da Rússia, que no Conselho da Segurança (CS) das Nações Unidas tem considerado desnecessária uma nova resolução sobre o Iraque para que a missão de inspectores viaje para o país.

Devido à falta de consenso dos cinco membros permanentes do CS, o chefe dos inspectores, o sueco Hans Blix, foi obrigado a adiar o envio da missão de peritos em desarmamento.

Adiada a partida, inicialmente prevista para o dia 15, Blix recusou-se, na quinta-feira (3), no final de uma reunião com o CS, a determinar uma nova data.

Os Estados Unidos e o Reino Unido seguem reivindicando uma nova resolução da ONU, mais dura, para as futuras inspeções a serem feitas no Iraque, afirmando que se os inspetores partirem nas atuais condições não passarão de "meros turistas" no país de Saddam Hussein.

Ivanov, referindo-se à reunião de quinta-feira, em Nova York, disse que as intervenções dos responsáveis pelo grupo de inspetores e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) mostraram que "não há obstáculos ao regresso, o mais rápido possível, dos inspetores ao Iraque".

O desarmamento dos arsenais de destruição em massa e mísseis iraquianos foi determinado pela ONU após a Guerra do Golfo (1991) como uma punição ao Iraque, que invadiu o Kuait em 1990.

Entre 1991 e 1998, a Comissão Especial da ONU para o Desarmamento do Iraque visitou dezenas de locais e destruiu grande quantidade de armas. Washington e Londres dizem que o país continua tentando fabricar uma bomba atômica e seria capaz de disparar mísseis com ogivas químicas e nucleares 45 minutos após dadas as ordens. Bagdá nega ter esses armamentos.

Pronunciamento
Na segunda-feira (7), o presidente George W. Bush fará um discurso na televisão no horário nobre sobre a ameaça representada pelo Iraque, segundo informações de autoridades norte-americanas. O discurso, que será televisionado, deve ocorrer à noite.

Segundo as autoridades, que falaram sob condição de anonimato, Bush falará de Cincinnati, Ohio. O discurso vai se concentrar na ameaça imposta pelo Iraque e sublinhar que o tempo está acabando para o presidente iraquiano Saddam Hussein para que ele concorde com as exigências para se desarmar, disseram as autoridades.

Bush deseja aprovar uma resolução que daria ao Iraque sete dias para aceitar todas as suas exigências. Depois desse tempo, o país árabe teria 23 dias para fornecer um balanço de suas armas de destruição em massa e uma lista extensiva com materiais e componentes considerados importantes para a construção de armas.

Somente depois de cumpridas essas exigências, os inspetores de armas poderiam retomar seus trabalhos.

Se o Iraque oferecer qualquer tipo de resistência, qualquer membro da ONU pode usar a força contra o país árabe.

Até agora apenas o Reino Unido, dentre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (que possuem poder de veto), assinou o projeto, classificado por diplomatas como um plano de guerra.

A França, a Alemanha, a Rússia e a China mostraram-se relutantes a autorizar os EUA a tomar a decisão sobre quando o Iraque teria violado os termos de uma nova resolução. Mas diplomatas disseram não haver certeza nenhuma de que algum dos quatro países usaria seu poder de veto para bloquear as manobras norte-americanas.

Com agências internacionais

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