Publicidade
Publicidade
09/10/2002
-
22h30
Segundo analistas, o presidente venezuelano Hugo Chávez aumenta as ameaças de golpe de Estado para "endurecer" com a oposição, que realiza amanhã uma grande manifestação contra ele.
Luis Vicente León, diretor do instituto de pesquisas independente "Datanálisis", afirma que a estratégia do governo é ampliar e massificar o caso superestimando a potência golpista da oposição.
"É conveniente [para Chávez] dividir os venezuelanos entre chavistas e golpistas. Ele se coloca na posição de vítima e manda para o exterior a mensagem de que a oposição da Venezuela é toda golpista. Com isso, poderia tomar atitudes drásticas sem parecer um ditador".
A respeito da paralisação de hoje, León diz que "vai ser imensa", mas crê que o governo venha a ser hábil o bastante para não a repelir com violência. "Quantas horas se pode marchar? Se o governo não intervier, ela logo se dissolverá".
O sociólogo Tulio Hernández, diretor do Observatório de Cultura Contemporâneo de Caracas e colunista do jornal "El Nacional", afirma que a oposição é "totalmente heterogênea" e a divide em um setor "institucional", majoritário, e um setor minoritário que busca o golpe.
Para Hernández, "um setor da oposição está gestando um golpe de Estado há muito". "Esses opositores se reúnem com os 'comacates' [comandantes, capitães e tenentes], que têm um projeto político e militar. É um setor minoritário, mas com muito dinheiro e poder", diz.
León diz não acreditar na importância de uma mediação internacional, como a do secretário-geral da OEA, César Gavíria, e a do Centro Carter. "Chávez recebe [essas mediações] como estratégia política, para demonstrar que está disposto a dialogar. Mas ele não está".
Hernández afirma que tanto o governo quanto a oposição buscam ganhar terreno à espera do referendo revogatório previsto para o ano que vem.
Esse instrumento constitucional serve para ratificar ou revogar mandatos de cargos públicos e não tem ainda data certa, mas pode acontecer no primeiro semestre.
A celebração desse referendo, previsto pela Constituição para ratificar ou revogar mandatos de cargos públicos, "baixaria a tensão, e é o que Gaviria busca: adiantá-lo", disse Hernández.
Leia mais no especial Venezuela
Para analistas venezuelanos, Chávez aumenta o poder da oposição
da France Presse, em Caracas (Venezuela)Segundo analistas, o presidente venezuelano Hugo Chávez aumenta as ameaças de golpe de Estado para "endurecer" com a oposição, que realiza amanhã uma grande manifestação contra ele.
Luis Vicente León, diretor do instituto de pesquisas independente "Datanálisis", afirma que a estratégia do governo é ampliar e massificar o caso superestimando a potência golpista da oposição.
"É conveniente [para Chávez] dividir os venezuelanos entre chavistas e golpistas. Ele se coloca na posição de vítima e manda para o exterior a mensagem de que a oposição da Venezuela é toda golpista. Com isso, poderia tomar atitudes drásticas sem parecer um ditador".
A respeito da paralisação de hoje, León diz que "vai ser imensa", mas crê que o governo venha a ser hábil o bastante para não a repelir com violência. "Quantas horas se pode marchar? Se o governo não intervier, ela logo se dissolverá".
O sociólogo Tulio Hernández, diretor do Observatório de Cultura Contemporâneo de Caracas e colunista do jornal "El Nacional", afirma que a oposição é "totalmente heterogênea" e a divide em um setor "institucional", majoritário, e um setor minoritário que busca o golpe.
Para Hernández, "um setor da oposição está gestando um golpe de Estado há muito". "Esses opositores se reúnem com os 'comacates' [comandantes, capitães e tenentes], que têm um projeto político e militar. É um setor minoritário, mas com muito dinheiro e poder", diz.
León diz não acreditar na importância de uma mediação internacional, como a do secretário-geral da OEA, César Gavíria, e a do Centro Carter. "Chávez recebe [essas mediações] como estratégia política, para demonstrar que está disposto a dialogar. Mas ele não está".
Hernández afirma que tanto o governo quanto a oposição buscam ganhar terreno à espera do referendo revogatório previsto para o ano que vem.
Esse instrumento constitucional serve para ratificar ou revogar mandatos de cargos públicos e não tem ainda data certa, mas pode acontecer no primeiro semestre.
A celebração desse referendo, previsto pela Constituição para ratificar ou revogar mandatos de cargos públicos, "baixaria a tensão, e é o que Gaviria busca: adiantá-lo", disse Hernández.
Leia mais no especial Venezuela
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice