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10/10/2002 - 10h33

Atiradores de elite defendem o palácio presidencial na Venezuela

da Folha Online

Ministro de Defesa da Venezuela, Jose Luis Prieto, anuncia a mobilização de atiradores de elite contra franco-atiradores no palácio presidencial de Miraflores, durante passeata da oposição.

"Nas áreas adjacentes à zona de segurança do Palácio de Miraflores, serão instalados atiradores de elite para atuar contra eventuais franco-atiradores sob a supervisão do Ministério Público e com a única responsabilidade de resguardar a vida dos cidadãos venezuelanos", disse o ministro em uma mensagem na noite passada junto com todo o alto comando militar.



Uma passeata convocada pela Coordenadoria Democrática, a Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) e a cúpula empresarial Fedecámaras será realizada hoje a fim de pedir a realização de um referendo para chamar eleições antecipadas ainda neste ano. A passeata começará no Parque do Leste (zona leste de Caracas), em direção à Avenida Bolívar, no centro da cidade.

Ontem, grupos de oposição ao governo da Venezuela fizeram uma manifestação de apoio a generais do Exército que romperam relações com o presidente Hugo Chávez. Eles conseguiram impedir a prisão de dois desses militares.

Centenas de pessoas participaram do protesto, agitando bandeiras do país e batendo panelas em várias partes da cidade.

Chávez e seus opositores se acusam mutuamente de planejar atos de violência. Há seis meses, uma outra manifestação terminou em várias mortes, o que precipitou um golpe militar que afastou Chávez do poder durante dois dias.

Os protestos de ontem acabaram impedindo que, em duas ações separadas, agentes de inteligência militar prendessem os generais Manuel Rosendo e Enrique Medina, que haviam criticado Chávez. Ambos estão sendo processados em uma corte marcial por sua suposta participação no golpe de abril. Eles pediram a seus colegas que não atuem contra a manifestação de hoje.

Reuters - 14.abr.2002
Hugo Chávez, presidente da Venezuela
Os manifestantes também cercaram a casa de um terceiro oficial rebelde, o general Néstor González. Com isso, os agentes do governo não puderam revistar o local. Chávez, ex-coronel do Exército, disse que as manifestações desta semana são parte de um novo complô contra seu governo, eleito em 1998.

Tanques
As Forças Armadas reforçaram a segurança em Caracas por causa da manifestação hoje. Tanques foram enviados para os arredores do palácio presidencial e de quartéis considerados estratégicos. Na noite de ontem, os moradores de um bairro fizeram um "panelaço" contra a presença de uma patrulha militar, que acabou se retirando.

Rosendo, Medina e González estão entre os cerca de 300 oficiais que já foram afastados e estão sendo investigados por causa do golpe. Chávez alertou "a oligarquia fascista e golpista" a não tentar derrubá-lo outra vez. "Eles não devem pensar que por trás da marcha conseguirão fazer outro golpe. Não. O povo e as Forças Armadas estão em alerta", disse ele em discurso a oficiais da reserva.

Seus opositores dizem que Chávez está levando a Venezuela a um regime comunista no estilo cubano. Eles dizem que o governo tem interesse em provocar violência antes ou durante a passeata de hoje, para usá-la como pretexto para a introdução de medidas de exceção.

Com agências internacionais

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