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11/10/2002 - 15h29

Iraque endurece postura após Congresso dos EUA dar aval ao ataque

da France Presse, em Bagdá

O Iraque, que nos últimos dias fez concessões sobre a inspeção de seus armamentos, endureceu novamente sua postura depois que o Congresso norte-americano concedeu, na madrugada de hoje, ao presidente dos EUA, George W. Bush, o poder de usar a força contra o regime do ditador iraquiano, Saddam Hussein.

O Iraque está "pronto para responder de imediato a um ataque norte-americano", declarou o vice-ministro iraquiano Tarek Aziz, na primeira reação iraquiana à votação do Congresso dos Estados Unidos.

Depois da aprovação da Câmara dos Deputados ontem, o Senado aprovou hoje uma resolução que permite ao presidente Bush utilizar a força "como julgar necessário e apropriado para defender a segurança nacional contra a ameaça do Iraque" e "fazer aplicar todas as resoluções da ONU" relativas a esse país.

Interrogado sobre a data de um eventual ataque norte-americano, Aziz declarou: "Não somos nós que decidimos, mas estamos prontos para responder imediatamente".

"Não me surpreende esta votação e vamos enfrentar os planos de agressão dos Estados Unidos", disse Aziz aos jornalistas, após um encontro em Beirute com o presidente libanês, Emile Lahoud.

O vice-ministro iraquiano também fez uma advertência aos países árabes: "O plano de agressão americano não contempla apenas o Iraque. Se esta agressão for realizada, terá conseqüências desastrosas para todo o mundo, inclusive para aqueles que facilitarem os serviços dos agressores norte-americanos".

Estas declarações ganham importância em um momento no qual manifestações contra o ocidente são realizados no Golfo Pérsico, onde foi registrada uma explosão em um petroleiro francês nas costas do Iêmen. Além disso, houve um ataque contra um barco dos Estados Unidos no Kuait, que provocou a morte de um militar norte-americano.

Por outro lado, o ministro da Indústria Militar iraquiano, Abdel Tawab Mulla Howeich, havia declarado ontem que seu país dará aos Estados Unidos "uma lição inesquecível se for atacado".

O representante iraquiano na ONU, Mohamed Al Duri, também endureceu o tom de seu discurso, acusando Washington e Londres de retardar o retorno a Bagdá dos inspetores da ONU encarregados de verificar o desarmamento do Iraque.

"Não surpreende que estes dois Estados retardem o retorno dos especialistas, com o pretexto de que o atual regime de inspeções é insuficiente", afirmou Duri, em alusão aos esforços dos Estados Unidos e do Reino Unido para fazer com que a ONU adote uma nova resolução, prevendo o recurso automático da força contra o Iraque.

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