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16/10/2002
-
05h20
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Miami
O governo norte-americano jogou para o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a responsabilidade de dar o primeiro passo para desarmar a bomba de tempo político-institucional que tumultua a Venezuela.
Otto Reich, subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, disse ontem que Chávez deveria desarmar os chamados "Círculos Bolivarianos", criados pelo próprio presidente para defender o que ele chama de "revolução bolivariana".
O desarmamento seria o primeiro passo para um diálogo com a oposição, que vem sendo defendido não só pelo governo dos EUA como por outros setores preocupados com a crise no país.
Chávez respondeu dizendo que Reich está "totalmente desinformado". O governo venezuelano afirma que os círculos são grupos de trabalho social e nega que estejam armados.
A crise venezuelana levou o presidente do Peru, Alejandro Toledo, a propor uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) para buscar uma solução.
A proposta foi feita em entrevista ao jornal "The Miami Herald", aproveitando a participação de Toledo na Conferência das Américas, organizada pelo jornal.
Mas Toledo acompanhou a proposta de críticas a Chávez: "É preciso respeitar as instituições porque Chávez foi eleito, mas ele não está praticando a democracia. Briga com todo mundo, com a igreja, com os trabalhadores, com os empresários".
Faltou pouco para que o governo venezuelano "brigasse" também com Toledo. O vice-presidente José Vicente Rangel reagiu à proposta (e às críticas) citando versículo bíblico que diz que "há pessoas que vêem a palha no olho alheio, mas não vêem a viga no próprio olho".
Mas Rangel negou-se a esticar o assunto, alegando que precisava estudar melhor as declarações do presidente do Peru.
Também Otto Reich, em entrevista em Miami, alegou que precisava de mais esclarecimentos antes de definir uma posição sobre a proposta de Toledo.
Lembrou, de todo modo, que, para que a OEA seja acionada, é preciso que o governo afetado (no caso, o da Venezuela) concorde.
O funcionário norte-americano disse que "a situação na Venezuela está se tornando cada dia mais difícil", criticou a polarização governo-oposição e disse que "é do interesse de todos evitar mais combustão".
Depois, em palestra para a Conferência das Américas, Reich jogou Brasil, Argentina, Venezuela e Colômbia no mesmo saco, ao dizer: "Se os problemas de Brasil, Argentina, Venezuela e Colômbia não forem resolvidos, afetarão os Estados Unidos".
Clóvis Rossi viajou a Miami a convite do jornal "The Miami Herald" para participar da Conferência das Américas
Leia mais no especial Venezuela
EUA pedem que Chávez aja para resolver crise
CLÓVIS ROSSIEnviado especial da Folha de S.Paulo a Miami
O governo norte-americano jogou para o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a responsabilidade de dar o primeiro passo para desarmar a bomba de tempo político-institucional que tumultua a Venezuela.
Otto Reich, subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, disse ontem que Chávez deveria desarmar os chamados "Círculos Bolivarianos", criados pelo próprio presidente para defender o que ele chama de "revolução bolivariana".
O desarmamento seria o primeiro passo para um diálogo com a oposição, que vem sendo defendido não só pelo governo dos EUA como por outros setores preocupados com a crise no país.
Chávez respondeu dizendo que Reich está "totalmente desinformado". O governo venezuelano afirma que os círculos são grupos de trabalho social e nega que estejam armados.
A crise venezuelana levou o presidente do Peru, Alejandro Toledo, a propor uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) para buscar uma solução.
A proposta foi feita em entrevista ao jornal "The Miami Herald", aproveitando a participação de Toledo na Conferência das Américas, organizada pelo jornal.
Mas Toledo acompanhou a proposta de críticas a Chávez: "É preciso respeitar as instituições porque Chávez foi eleito, mas ele não está praticando a democracia. Briga com todo mundo, com a igreja, com os trabalhadores, com os empresários".
Faltou pouco para que o governo venezuelano "brigasse" também com Toledo. O vice-presidente José Vicente Rangel reagiu à proposta (e às críticas) citando versículo bíblico que diz que "há pessoas que vêem a palha no olho alheio, mas não vêem a viga no próprio olho".
Mas Rangel negou-se a esticar o assunto, alegando que precisava estudar melhor as declarações do presidente do Peru.
Também Otto Reich, em entrevista em Miami, alegou que precisava de mais esclarecimentos antes de definir uma posição sobre a proposta de Toledo.
Lembrou, de todo modo, que, para que a OEA seja acionada, é preciso que o governo afetado (no caso, o da Venezuela) concorde.
O funcionário norte-americano disse que "a situação na Venezuela está se tornando cada dia mais difícil", criticou a polarização governo-oposição e disse que "é do interesse de todos evitar mais combustão".
Depois, em palestra para a Conferência das Américas, Reich jogou Brasil, Argentina, Venezuela e Colômbia no mesmo saco, ao dizer: "Se os problemas de Brasil, Argentina, Venezuela e Colômbia não forem resolvidos, afetarão os Estados Unidos".
Clóvis Rossi viajou a Miami a convite do jornal "The Miami Herald" para participar da Conferência das Américas
Leia mais no especial Venezuela
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