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16/10/2002 - 16h13

Chávez propõe criação de um fundo humanitário contra fome no mundo

da France Presse, em Roma

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs esta quarta-feira em Roma, desde a tribuna da FAO, a criação de um "fundo humanitário internacional" para combater a fome no mundo com dinheiro procedente de impostos sobre as transações financeiras internacionais e de uma parte do pagamento da dívida externa.

A proposta de Chávez foi lançada por ocasião do Dia Mundial da Alimentação que se festeja tradicionalmente a 16 de outubro na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

"Faço um apelo angustiado à ONU para que consigamos combater esse câncer, essa gangrena mundial que representa a fome no mundo e se crie um fundo humanitário internacional", afirmou o presidente.

"Não se trata de um fundo assistencialista para os pobres. Eles não são mendigos", disse Chávez, que aceitou o convite para presidir a cerimônia apesar das fortes tensões políticas em seu país e do ultimato lançado pela oposição a fim de que renuncie ainda hoje.

"Propomos que se imponha um imposto às transações financeiras que alimente o fundo, que uma porcentagem expressiva do pagamento da dívida externa se dirija a programas urgentes de alimentação e que se reduza o gasto militar do planeta para dirigi-lo ao fundo", assinalou Chávez.

O presidente andino pronunciou seu discurso de uma hora e meia perante os representantes de mais de 180 membros do órgão, a pedido de seu diretor-geral,o senegalês Jacques Diuf.

Chávez atacou o modelo econômico do capitalismo e o liberalismo selvagem e deu como exemplo a América Latina, "um dos continentes mais intoxicados pelo liberalismo selvagem. Argentina tem pago o maior custo", observou.

Por sua vez, o diretor da FAO lançou uma campanha para conscientizar o mundo da importância "da água, como fonte de segurança alimentar" e do valor que representa para combater a fome no mundo.

"Bilhões de pessoas carecem de água potável e a maior parte delas passa fome", denunciou Diuf.

Chávez, que iniciou terça-feira pela França um giro europeu de quatro dias apesar das tensões em seu país, descartou numa coletiva a possibilidade de que os militares tentem um golpe de Estado e reiterou que não renunciará ao cargo como quer a oposição.
 

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