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18/10/2002
-
03h29
Militares e policiais de elite da Colômbia intensificaram ontem uma operação iniciada na véspera para retomar o controle de um bairro na periferia de Medellín, disputado há anos entre grupos guerrilheiros e paramilitares.
O conflito, considerado o combate urbano mais intenso da história do país, já deixou 14 mortos. Até alguns meses atrás, a guerra civil, iniciada há quatro décadas, estava restrita às áreas rurais.
As ruas de Medellín, segunda maior cidade do país, estavam tomadas por militares. Durante a madrugada, um carro-bomba explodiu em frente a um edifício no centro da cidade, deixando um morto _o suposto motorista do carro-bomba_, dois feridos e muitos estragos materiais.
Um ônibus carregado com explosivos foi desativado perto de uma escola na Comuna 13, bairro no qual se desenvolvem os combates. O bairro concentra cerca de 100 mil dos 2 milhões de habitantes de Medellín. "Retomamos a Operação Orion, para retomar o controle da Comuna 13 e conseguir que os guerrilheiros saiam dali vivos ou mortos", afirmou o comandante do Exército colombiano, general Carlos Ospina.
Segundo o Exército, a ofensiva foi ordenada pelo presidente da República, Álvaro Uribe. Uribe tomou posse no dia 7 de agosto prometendo pulso firme contra os grupos armados ilegais.
O governo anunciou que as operações do Exército e da polícia deverão ser estendidas para a capital, Bogotá, e às demais cidades grandes do país. "Trabalharemos nas regiões onde há milícias urbanas de paramilitares e da guerrilha. Entraremos ali para defender os colombianos e evitar ao máximo que se repita a situação da Comuna 13 de Medellín", disse o vice-presidente, Francisco Santos.
A ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez, afirmou que a vigilância será redobrada para evitar infiltrações nas cidades dos rebeldes esquerdistas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional) e dos paramilitares direitistas das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), que combatem as guerrilhas.
"Não haverá em nossas cidades nenhum santuário para os terroristas nem nenhuma zona vedada às autoridades legítimas", afirmou Ramírez. Segundo ela, o governo não pode "ficar de braços cruzados diante dos delitos".
Segundo o comandante do Exército, as tropas militares não estão conseguindo avançar tão rápido quanto o planejado porque os milicianos se entrincheiraram nas casas e usaram civis como escudos humanos. Segundo fontes militares, muitos guerrilheiros e paramilitares estão fugindo do bairro fazendo-se passar por moradores da região.
A operação tem o apoio de aviões e helicópteros de combate e conta com 3.000 policiais, soldados e detetives do serviço secreto.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou preocupação com os combates em Medellín.
Moradores da Comuna 13 pediram a suspensão da operação e afirmaram que muitos soldados dispararam indiscriminadamente contra casas do bairro, o que o Exército nega.
Combates urbanos em Medellín são os piores da história da Colômbia
da Folha de S.PauloMilitares e policiais de elite da Colômbia intensificaram ontem uma operação iniciada na véspera para retomar o controle de um bairro na periferia de Medellín, disputado há anos entre grupos guerrilheiros e paramilitares.
O conflito, considerado o combate urbano mais intenso da história do país, já deixou 14 mortos. Até alguns meses atrás, a guerra civil, iniciada há quatro décadas, estava restrita às áreas rurais.
As ruas de Medellín, segunda maior cidade do país, estavam tomadas por militares. Durante a madrugada, um carro-bomba explodiu em frente a um edifício no centro da cidade, deixando um morto _o suposto motorista do carro-bomba_, dois feridos e muitos estragos materiais.
Um ônibus carregado com explosivos foi desativado perto de uma escola na Comuna 13, bairro no qual se desenvolvem os combates. O bairro concentra cerca de 100 mil dos 2 milhões de habitantes de Medellín. "Retomamos a Operação Orion, para retomar o controle da Comuna 13 e conseguir que os guerrilheiros saiam dali vivos ou mortos", afirmou o comandante do Exército colombiano, general Carlos Ospina.
Segundo o Exército, a ofensiva foi ordenada pelo presidente da República, Álvaro Uribe. Uribe tomou posse no dia 7 de agosto prometendo pulso firme contra os grupos armados ilegais.
O governo anunciou que as operações do Exército e da polícia deverão ser estendidas para a capital, Bogotá, e às demais cidades grandes do país. "Trabalharemos nas regiões onde há milícias urbanas de paramilitares e da guerrilha. Entraremos ali para defender os colombianos e evitar ao máximo que se repita a situação da Comuna 13 de Medellín", disse o vice-presidente, Francisco Santos.
A ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez, afirmou que a vigilância será redobrada para evitar infiltrações nas cidades dos rebeldes esquerdistas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional) e dos paramilitares direitistas das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), que combatem as guerrilhas.
"Não haverá em nossas cidades nenhum santuário para os terroristas nem nenhuma zona vedada às autoridades legítimas", afirmou Ramírez. Segundo ela, o governo não pode "ficar de braços cruzados diante dos delitos".
Segundo o comandante do Exército, as tropas militares não estão conseguindo avançar tão rápido quanto o planejado porque os milicianos se entrincheiraram nas casas e usaram civis como escudos humanos. Segundo fontes militares, muitos guerrilheiros e paramilitares estão fugindo do bairro fazendo-se passar por moradores da região.
A operação tem o apoio de aviões e helicópteros de combate e conta com 3.000 policiais, soldados e detetives do serviço secreto.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou preocupação com os combates em Medellín.
Moradores da Comuna 13 pediram a suspensão da operação e afirmaram que muitos soldados dispararam indiscriminadamente contra casas do bairro, o que o Exército nega.
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