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19/10/2002
-
05h08
enviado especial da Folha de S.Paulo a Caracas
Às vésperas de uma greve geral contra seu governo, o presidente Hugo Chávez usa o petróleo para neutralizar a simpatia da Casa Branca a seus opositores.
Chávez, que encerrou ontem uma viagem à Europa, declarou que a Venezuela garantirá o fornecimento do produto aos americanos mesmo que os EUA invadam o Iraque e que os países árabes proponham um embargo similar ao de 1973.
"Não podemos usar o petróleo como uma arma política", disse Chávez à TV BBC em Londres. "O petróleo é um recurso estratégico, não pode ser usado para tirar o aquecimento ou o transporte. Estaríamos prejudicando pessoas, economias e sociedades", disse.
Sindicatos de trabalhadores e empresários venezuelanos convocaram uma greve geral de pelo menos 12 horas para esta segunda-feira (21). A greve foi confirmada depois que Chávez se negou a renunciar ou a convocar eleições até quarta-feira passada, prazo dado por seus opositores.
A Venezuela é o quinto maior produtor mundial de petróleo e um dos quatro maiores fornecedores ao mercado norte-americano. Em 1973, o país foi o único grande produtor a furar o embargo promovido pelos países árabes para punir o apoio dos EUA e da Europa Ocidental à ocupação de territórios palestinos por Israel. Após o embargo, a Opep estabeleceu cotas de produção e quadruplicou os preços. Embora os EUA não acreditem em embargo, uma guerra provavelmente desestabilizará o fornecimento de petróleo e elevará o preço do produto.
O governo da Venezuela foi aliado estratégico dos EUA na América Latina até 1998, quando Chávez foi eleito. Desde então, o presidente venezuelano se afastou de Washington ao se aproximar de Cuba, subordinar as exportações de petróleo do país à política da Opep e visitar o presidente iraquiano, Saddam Hussein.
As políticas de Chávez também criaram uma divisão interna na sociedade venezuelana. Em abril passado, ele foi deposto por um golpe cívico-militar que inicialmente teve apoio da Casa Branca e fracassou 48 horas depois.
Ontem, o subsecretário de Estado norte-americano para a América Latina, Otto Reich, disse que a Casa Branca só vai apoiar "soluções democráticas" para a crise venezuelana. "Os EUA não vão tolerar nem apoiar ações inconstitucionais para mudar o governo ou manter o atual no poder".
Leia mais no especial Venezuela
Chávez promete que EUA terão petróleo
MARCIO AITHenviado especial da Folha de S.Paulo a Caracas
Às vésperas de uma greve geral contra seu governo, o presidente Hugo Chávez usa o petróleo para neutralizar a simpatia da Casa Branca a seus opositores.
Chávez, que encerrou ontem uma viagem à Europa, declarou que a Venezuela garantirá o fornecimento do produto aos americanos mesmo que os EUA invadam o Iraque e que os países árabes proponham um embargo similar ao de 1973.
"Não podemos usar o petróleo como uma arma política", disse Chávez à TV BBC em Londres. "O petróleo é um recurso estratégico, não pode ser usado para tirar o aquecimento ou o transporte. Estaríamos prejudicando pessoas, economias e sociedades", disse.
Sindicatos de trabalhadores e empresários venezuelanos convocaram uma greve geral de pelo menos 12 horas para esta segunda-feira (21). A greve foi confirmada depois que Chávez se negou a renunciar ou a convocar eleições até quarta-feira passada, prazo dado por seus opositores.
A Venezuela é o quinto maior produtor mundial de petróleo e um dos quatro maiores fornecedores ao mercado norte-americano. Em 1973, o país foi o único grande produtor a furar o embargo promovido pelos países árabes para punir o apoio dos EUA e da Europa Ocidental à ocupação de territórios palestinos por Israel. Após o embargo, a Opep estabeleceu cotas de produção e quadruplicou os preços. Embora os EUA não acreditem em embargo, uma guerra provavelmente desestabilizará o fornecimento de petróleo e elevará o preço do produto.
O governo da Venezuela foi aliado estratégico dos EUA na América Latina até 1998, quando Chávez foi eleito. Desde então, o presidente venezuelano se afastou de Washington ao se aproximar de Cuba, subordinar as exportações de petróleo do país à política da Opep e visitar o presidente iraquiano, Saddam Hussein.
As políticas de Chávez também criaram uma divisão interna na sociedade venezuelana. Em abril passado, ele foi deposto por um golpe cívico-militar que inicialmente teve apoio da Casa Branca e fracassou 48 horas depois.
Ontem, o subsecretário de Estado norte-americano para a América Latina, Otto Reich, disse que a Casa Branca só vai apoiar "soluções democráticas" para a crise venezuelana. "Os EUA não vão tolerar nem apoiar ações inconstitucionais para mudar o governo ou manter o atual no poder".
Leia mais no especial Venezuela
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