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20/10/2002
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02h54
O que era para ser o grande tema de debate durante a campanha presidencial no Equador acabou se tornando um grande objeto de consenso entre os candidatos: a manutenção da dolarização da economia, adotada em janeiro de 2000.
Todos os candidatos dizem que manterão a dolarização, se eleitos. Mesmo aqueles que criticavam duramente a medida, como o social-democrata Rodrigo Borja, passou a declarar nos últimos meses que a sua reversão é inviável.
O problema, que também não recebeu a devida atenção dos candidatos durante a campanha, é como fazer a economia do país crescer e a produtividade aumentar para evitar a perda de competitividade dos produtos de exportação do país.
Adotada pelo então presidente Jamil Mahuad, poucos dias antes de ser derrubado, para terminar com a forte pressão cambial sobre a antiga moeda, o sucre, a dolarização encareceu as exportações e barateou as importações, gerando um efeito perverso para a balança comercial do país.
Em 2000, ainda na onda da maxidesvalorização do sucre antes da dolarização, as exportações do país aumentaram 18,5% em relação ao ano anterior, mas, a partir dali, só caíram -1,3%, em 2001, e 4,3% até agora em 2002. As importações, ao mesmo tempo, aumentaram 65% em 2000 e 26,7%, em média, no período posterior. As projeções indicam para este ano um déficit comercial de 10% do PIB (Produto Interno Bruto).
"Políticas compensatórias"
"Fizemos esforços para encontrar nas propostas dos candidatos medidas concretas para combater os problemas de fundo de nossa economia, mas só há declarações bastante gerais e ambíguas", diz Mauricio Peña, diretor-executivo da Fedexpor (Federação Equatoriana de Exportadores).
Segundo ele, a organização não é necessariamente contra a manutenção da dolarização, mas pede a adoção de "medidas corretivas".
"Necessitamos de medidas compensatórias, com incentivos para a produção, políticas de desenvolvimento tecnológico e uma política tributária mais eficiente", afirma.
"Sem isso, o Equador não poderá mais sustentar a dolarização", diz.
Para o analista político Juan Terán, do Centro Andino de Estudos Internacionais, da Universidade Simón Bolívar, "os candidatos sabem que a dolarização está se inviabilizando aceleradamente, mas preferem não mencionar isso porque estão em campanha eleitoral, vendendo ilusões".
Candidatos prometem manter a dolarização no Equador
da Folha de S. PauloO que era para ser o grande tema de debate durante a campanha presidencial no Equador acabou se tornando um grande objeto de consenso entre os candidatos: a manutenção da dolarização da economia, adotada em janeiro de 2000.
Todos os candidatos dizem que manterão a dolarização, se eleitos. Mesmo aqueles que criticavam duramente a medida, como o social-democrata Rodrigo Borja, passou a declarar nos últimos meses que a sua reversão é inviável.
O problema, que também não recebeu a devida atenção dos candidatos durante a campanha, é como fazer a economia do país crescer e a produtividade aumentar para evitar a perda de competitividade dos produtos de exportação do país.
Adotada pelo então presidente Jamil Mahuad, poucos dias antes de ser derrubado, para terminar com a forte pressão cambial sobre a antiga moeda, o sucre, a dolarização encareceu as exportações e barateou as importações, gerando um efeito perverso para a balança comercial do país.
Em 2000, ainda na onda da maxidesvalorização do sucre antes da dolarização, as exportações do país aumentaram 18,5% em relação ao ano anterior, mas, a partir dali, só caíram -1,3%, em 2001, e 4,3% até agora em 2002. As importações, ao mesmo tempo, aumentaram 65% em 2000 e 26,7%, em média, no período posterior. As projeções indicam para este ano um déficit comercial de 10% do PIB (Produto Interno Bruto).
"Políticas compensatórias"
"Fizemos esforços para encontrar nas propostas dos candidatos medidas concretas para combater os problemas de fundo de nossa economia, mas só há declarações bastante gerais e ambíguas", diz Mauricio Peña, diretor-executivo da Fedexpor (Federação Equatoriana de Exportadores).
Segundo ele, a organização não é necessariamente contra a manutenção da dolarização, mas pede a adoção de "medidas corretivas".
"Necessitamos de medidas compensatórias, com incentivos para a produção, políticas de desenvolvimento tecnológico e uma política tributária mais eficiente", afirma.
"Sem isso, o Equador não poderá mais sustentar a dolarização", diz.
Para o analista político Juan Terán, do Centro Andino de Estudos Internacionais, da Universidade Simón Bolívar, "os candidatos sabem que a dolarização está se inviabilizando aceleradamente, mas preferem não mencionar isso porque estão em campanha eleitoral, vendendo ilusões".
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