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31/10/2002 - 16h10

Sharon recorre à extrema direita para formar novo governo

da France Presse, em Jerusalém

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, tentará formar um novo gabinete, com a ajuda da extrema-direita, para impedir a convocação de eleições antecipadas, depois da renúncia de todos os ministros trabalhistas do governo de união nacional.

Até o momento, Sharon conseguiu a participação do ex-chefe do Estado-maior, o general Shaul Mofaz, que aceitou a pasta da Defesa, informou um funcionário do alto escalão, que pediu para não ter o nome divulgado.

O general, considerado um "falcão", substituiria Binyamin Ben Eliezer, que se demitiu junto com outros quatro ministros trabalhistas em protesto contra as subvenções direcionadas para as colônias judaicas localizadas nos territórios palestinos, no projeto de orçamento de 2003.

"O premiê começará hoje uma série de contatos visando a formar um governo estável e que disponha de uma maioria na Knesset", disse à rádio militar o secretário do governo, Gideon Saar.

Segundo esse assessor de Sharon, 'o premiê quer verificar que esta possibilidade existe, o que é o caso em minha opinião, já que a maioria dos membros da Knesset não quer eleições'. As próximas eleições estão previstas para 28 de outubro de 2003.

O chefe de governo israelense também deve entrevistar-se com Avigdor Lieberman, chefe de uma coalizão de extrema-direita que conta com sete deputados, o que poderia garantir uma maioria de 62 deputados num total de 120 no parlamento, segundo a rádio.

Sharon quer adiar o máximo possível as eleições para escolher o momento mais adequado para enfrentar o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nas primárias do Likud.

O jornal "Yediot Ahronot" afirmou que Sharon propôs ao chanceler renunciante Shimon Peres um posto de "emissário especial do governo israelense no exterior".

Mas de acordo com o ministro dos Transportes, também renunciante, Efraim Sneh, Shimon Peres -que pretende se candidatar a presidente do Partido trabalhista, cargo fundamentalmente honorífico- "não pode defender uma política à qual se opõe".

Para não preocupar norte-americanos e europeus com um governo demasiado extremista, Sharon propôs o trabalhista Shimon Peres, que permaneça no cargo de ministro das Relações Exteriores ou se torne em 'emissário especial do governo israelense no exterior'.

Na Cisjordânia, um palestino foi morto hoje, numa troca de tiros com soldados israelenses perto da colônia de Beit El, nas imediações de Ramallah (Cisjordânia), indicou um porta-voz do exército israelense.

Outros três palestinos também morreram e seis ficaram feridos numa explosão de origem desconhecida ocorrida na casa de um integrante do grupo radical Hamas na cidade de Gaza, indicaram testemunhas e fontes hospitalares.

Em Nablus (norte da Cisjordânia), três crianças palestinas ficaram gravemente feridas quando soldados israelenses abriram fogo contra jovens que lhes atiraram pedras, afirmaram testemunhas e fontes médicas.

Cerca de 50 tanques e veículos blindados israelenses entraram na quinta-feira na cidade de Kabatiya, perto de Jenin (norte da Cisjordânia), indicaram membros dos serviços de segurança palestinos.

Os militares revistavam casa por casa depois de levarem os homens às ruas para identificá-los, segundo as mesmas fontes.

A cidade e o acampamento de refugiados de Jenin foram reocupados na sexta-feira passada pelo exército israelense, que deteve dezenas de palestinos procurados por atividades "terroristas".

O Exército israelense destruiu na noite de ontem as casas de quatro palestinos nesse setor.

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