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09/11/2002 - 05h09

No Congresso do PC chinês, Jiang mistura Mao, Marx e capitalismo

da Folha de S.Paulo

O presidente da China, Jiang Zemin, abriu ontem o 16º Congresso do Partido Comunista da China (PC), que deve escolher seu sucessor, citando Mao Tsé-tung (líder da revolução comunista de 1949) e reforçando o papel dirigente da agremiação, mas prometendo abri-la a "empresários capitalistas e profissionais liberais".

"O desenvolvimento econômico e social é a prioridade do partido. Se queremos reforçar o socialismo com características chinesas, devemos avançar com os tempos e integrar as novas classes sociais", afirmou Jiang para os 2.114 delegados presentes na abertura do Congresso em Pequim, que vai até o dia 14.

A inclusão de "capitalistas" nas fileiras do PC é considerada pelos analistas uma "manobra de sobrevivência" do partido, que acompanha a política de abertura econômica gradual do país. "Os empresários empreendedores que conseguem suas fortunas com seu próprio esforço devem ser admirados por nossa sociedade. Esse fato não muda a natureza do PC, que seguirá se sustentando com camponeses, operários e intelectuais", disse Jiang, 76, que passará o cargo a Hu Jintao, 59.

Tendo ao fundo 14 bandeiras vermelhas com a foice e o martelo, Jiang disse que a China precisa de um "socialismo avançado", baseado na tecnologia de ponta, para construir uma "sociedade moderna sob a orientação ideológica de Karl Marx, Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping [líder chinês entre 1976 e 1989, que iniciou, em 1978, as reformas pró-mercado]".

"O desenvolvimento de uma economia de mercado sob as condições do socialismo tem sido uma façanha sem paralelo na história. É uma contribuição histórica que os comunistas chineses estão dando ao desenvolvimento do marxismo", afirmou Jiang.

Segundo ele, a meta é quadruplicar o Produto Interno Bruto do país até 2020. "O poder global do Estado e a competitividade internacional serão reforçados de forma sensível, a industrialização terá sido praticamente finalizada e se terá instalado um regime aperfeiçoado de economia socialista de mercado e um sistema econômico mais dinâmico".

Taiwan
Durante seu discurso, Jiang também apelou pela reunificação de China e Taiwan. "Após a reunificação, Taiwan pode manter seu sistema social existente sem alterações e ter um alto grau de autonomia", disse. "Nossa posição de nunca renunciar ao uso da força não é dirigida aos nossos compatriotas de Taiwan. É voltada para as tentativas de forças externas de interferir na reunificação da China e aos esquemas das forças separatistas taiwanesas para a independência de Taiwan", afirmou.

Taiwan rechaçou a proposta para a retomada do diálogo com a prévia reunificação e criticou a posição de não abdicar do uso da força contra a independência da ilha capitalista, considerada por Pequim uma "Província rebelde".

Com agências internacionais
 

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