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Seguranças são acusados por matar 17 civis iraquianos em 2007
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da Folha Online
Cinco membros da empresa de segurança privada Blackwater Worldwide devem ser acusados pelo tiroteio que matou 17 civis iraquianos em Bagdá, em 2007, e foi o estopim de uma escalada da insurgência antiamericana no país. O processo, obtido por promotores nesta semana, deve ser divulgado na próxima segunda-feira (8).
Enquete: Bush sabia sobre armas?
Segundo a ação, seis acusados foram investigados por abrir fogo indiscriminadamente em uma região movimentada de Bagdá, em setembro de 2007, enquanto escoltavam um comboio diplomático. A empresa afirmou várias vezes que seus funcionários se limitaram a responder com tiros, após terem sido alvo de disparos.
Segundo testemunhas, o tiroteio não foi provocado. Uma investigação iraquiana concluiu que o comboio não havia recebido sequer uma pedrada.
Crianças estavam entre as vítimas dos seguranças, contratados pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos para complementar o contingente no Iraque.
Promotores, que não quiseram ter seus nomes divulgados porque o processo corre sob segredo, não informaram quais são os crimes dos quais os seguranças são acusados. Ao menos um dos seis acusados ainda negocia com o FBI (a Polícia Federal americana) para ter sua pena reduzida em troca de cooperação com as investigações.
Outro lado
Um porta-voz da Blackwater afirmou que "[a empresa] não acredita que os guardar agiram ilegalmente. Se for determinado que eles são culpados, nós devemos acatar."
Em abril deste ano, a polêmica cresceu ainda mais quando o Departamento de Estado americano anunciou a renovação, por mais um ano, do contrato da empresa. "Pedimos e obtivemos a autorização para renovar por um ano o contrato número seis da Blackwater para prestação de serviços de segurança particular em Bagdá", declarou à imprensa o secretário de Estado adjunto encarregado da segurança diplomática, Gregory Starr.
Depois que os resultados da pesquisa forem publicados, "o governo americano e, principalmente, o embaixador dos Estados Unidos em Bagdá, Ryan Crocker, examinarão com muito cuidado os relatórios do FBI, e decidirão se está de acordo com os objetivos e a política dos EUA prolongar o contrato da Blackwater", explicou ele à época.
Guerra do Iraque
Nesta sexta-feira, durante discurso na Casa Branca, o presidente George W. Bush afirmou que a Guerra do Iraque foi mais longa e cara que o esperado. Contudo, ele defendeu a deposição do ditador Saddam Hussein (1979-2003).
Saddam acabou capturado e enforcado. No discurso, que será realizado no Centro Saban para Políticas sobre o Oriente Médio do Instituto Brookings, Bush o classificará como "um inimigo jurado que agia de modo beligerante e que apoiava o terrorismo".
Nesta terça-feira (2), em entrevista concedida à rede de TV ABC News, Bush já havia dito que considera o fato de ter acreditado na existência de armas de destruição em massa no Iraque como o maior erro cometido por ele na Casa Branca. Bush entregará o cargo ao presidente eleito, Barack Obama, em 20 de janeiro próximo.
"Meu maior arrependimento é o erro da Inteligência no Iraque. Muita gente apostou a sua reputação ao dizer que as armas de destruição em massa eram uma razão para derrubar Saddam Hussein", disse Bush. Em seguida, ele evitou dizer se teria invadido o país caso a Inteligência tivesse dito que tais armas não existiam, como depois foi comprovado.
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