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22/11/2002
-
06h37
da Folha de S.Paulo, em Paris
Começou ontem, em Mônaco, o julgamento do enfermeiro norte-americano Theodore Maher, 44, acusado de ter causado a morte do banqueiro Edmond Safra e de sua enfermeira, em 1999. Foram ao tribunal a viúva do banqueiro, Lily, e Joseph Safra, um dos seus irmãos, dono do Banco Safra.
"No começo estávamos satisfeitos, não havia problemas", disse Lily ao tribunal, sobre o trabalho de Maher. "Era o melhor emprego da minha vida, e ele era o melhor patrão. Eu respeitava o sr. Safra e queria dar o melhor de mim para tornar sua vida mais agradável", afirmou Maher. "Ajudando-o a morrer?", provocou Marc Bonnant, advogado dos Safras.
Em 3 de dezembro de 1999, um incêndio atingiu a cobertura de Edmond Safra em Mônaco, com área de 1.000 m² e 20 cômodos. O banqueiro se refugiou com a enfermeira Viviane Torrent, 52, num banheiro, por sugestão de Maher. Os dois morreram asfixiados pela fumaça.
Fundador do Republic National Bank of New York, Safra tinha 67 anos e era um dos homens mais ricos do mundo, com cerca de US$ 3,3 bilhões. Sofria do mal de Parkinson e precisava ser atendido por enfermeiros o dia inteiro.
Judeu nascido no Líbano e naturalizado brasileiro, era casado com a carioca Lily Monteverde, 65, a maior acionista da rede de lojas Ponto Frio, que, depois da tragédia, mudou-se para Londres. Hoje, ela é a oitava mulher mais rica do Reino Unido.
Três dias após a morte de Safra, Maher, que recebia US$ 600 por dia no trabalho, confessou ter causado o incêndio, com o objetivo de socorrer o patrão. Ele teria agido sozinho, por ciúme de Torrent, que seria mais apreciada no trabalho do que ele.
A defesa vai alegar que Maher agiu sem intenção de matar Safra. "Ele jamais quis atentar contra a vida de um empregador que ele tinha em alta estima", declarou seu advogado, Georges Blot.
"Sem Maher não haveria incêndio. Ele pode talvez não ter desejado a morte de Edmond Safra, mas ele se arriscou a provocá-la", disse o advogado de acusação Georges Kiejman. Maher pode ser sentenciado à prisão perpétua. O julgamento vai até o dia 2 de dezembro.
Com agências internacionais
Enfermeiro acusado da morte de Edmond Safra começa a ser julgado
ALCINO LEITE NETOda Folha de S.Paulo, em Paris
Começou ontem, em Mônaco, o julgamento do enfermeiro norte-americano Theodore Maher, 44, acusado de ter causado a morte do banqueiro Edmond Safra e de sua enfermeira, em 1999. Foram ao tribunal a viúva do banqueiro, Lily, e Joseph Safra, um dos seus irmãos, dono do Banco Safra.
"No começo estávamos satisfeitos, não havia problemas", disse Lily ao tribunal, sobre o trabalho de Maher. "Era o melhor emprego da minha vida, e ele era o melhor patrão. Eu respeitava o sr. Safra e queria dar o melhor de mim para tornar sua vida mais agradável", afirmou Maher. "Ajudando-o a morrer?", provocou Marc Bonnant, advogado dos Safras.
Em 3 de dezembro de 1999, um incêndio atingiu a cobertura de Edmond Safra em Mônaco, com área de 1.000 m² e 20 cômodos. O banqueiro se refugiou com a enfermeira Viviane Torrent, 52, num banheiro, por sugestão de Maher. Os dois morreram asfixiados pela fumaça.
Fundador do Republic National Bank of New York, Safra tinha 67 anos e era um dos homens mais ricos do mundo, com cerca de US$ 3,3 bilhões. Sofria do mal de Parkinson e precisava ser atendido por enfermeiros o dia inteiro.
Judeu nascido no Líbano e naturalizado brasileiro, era casado com a carioca Lily Monteverde, 65, a maior acionista da rede de lojas Ponto Frio, que, depois da tragédia, mudou-se para Londres. Hoje, ela é a oitava mulher mais rica do Reino Unido.
Três dias após a morte de Safra, Maher, que recebia US$ 600 por dia no trabalho, confessou ter causado o incêndio, com o objetivo de socorrer o patrão. Ele teria agido sozinho, por ciúme de Torrent, que seria mais apreciada no trabalho do que ele.
A defesa vai alegar que Maher agiu sem intenção de matar Safra. "Ele jamais quis atentar contra a vida de um empregador que ele tinha em alta estima", declarou seu advogado, Georges Blot.
"Sem Maher não haveria incêndio. Ele pode talvez não ter desejado a morte de Edmond Safra, mas ele se arriscou a provocá-la", disse o advogado de acusação Georges Kiejman. Maher pode ser sentenciado à prisão perpétua. O julgamento vai até o dia 2 de dezembro.
Com agências internacionais
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