Publicidade
Publicidade
24/11/2002
-
02h49
O governo argentino anunciou na semana passada um plano de combate à desnutrição infantil. A partir de amanhã, funcionários do governo percorrerão as áreas mais pobres do país para localizar os casos críticos de subnutrição e conceder tratamento e assistência adequada às famílias.
O plano, dirigido pela primeira-dama Hilda González de Duhalde, só foi anunciado depois de terem sido divulgados vários casos de mortes de crianças subnutridas. A primeira reação foi a de entidades de sociedade civil, que passaram a intensificar programas de assistência e recolhimento de doações para as famílias das regiões mais pobres.
O próprio presidente Eduardo Duhalde havia firmado um abaixo-assinado, lançado por um conjunto de organizações não-governamentais e pelo jornal "La Nacion", pedindo a criação de um projeto nacional de combate à fome. Os organizadores do documento já recolheram mais de 1 milhão de assinaturas. O projeto, de 15 pontos, foi enviado ao Congresso e os deputados começaram a discuti-lo na quinta-feira passada.
Nas Províncias, a primeira reação dos governadores foi eximir-se da responsabilidade pelas mortes e pelos casos de pobreza extrema. Na semana passada, o secretário da Saúde da Província de Missiones, onde 49 crianças morreram de fome neste ano, acusava o ex-presidente Fernando de la Rúa e o presidente Eduardo Duhalde, que teriam cortado recursos antes destinados à região.
O governo não responde diretamente às críticas, mas funcionários das secretarias da Saúde insinuam que os governadores desviam as verbas que deveriam alimentar as crianças.
Duhalde não anunciou quanto o governo vai investir no programa de combate à fome, chamado "Operação Resgate". A primeira-dama apenas anunciou que estarão envolvidos o Exército, universidades e organizações não-governamentais.
Na Província de Buenos Aires, onde vive mais da metade da população argentina, começou ontem um programa para identificar as crianças com problemas de nutrição. O governador da Província, Felipe Solá, anunciou que há cerca de 56 mil crianças desnutridas em Buenos Aires _aproximadamente 7% das crianças da Província.
Como no programa federal, a campanha da Província mais populosa e mais rica do país irá percorrer as áreas pobres e prover tratamento para as crianças em risco e para as famílias em situação de indigência.
Duhalde, que colhia os dividendos da estabilização econômica que o país atingiu nos últimos meses, se viu bombardeado por todos os lados.
Anteontem, ele partiu para o ataque e disse que o problema da desnutrição não é um problema de seu governo.
Para Duhalde, as gestões de Carlos Menem (1989-99) e de De la Rúa (1999-2001) têm de ser responsabilizadas pela crise social. Menem, apesar de pertencer ao mesmo partido de Duhalde, o PJ (Partido Justicialista), é inimigo político do presidente.
O governo espera também poder aumentar a cobertura do principal programa social do país, o Programa de Chefes de Família, uma espécie de renda mínima concedida aos chefes de família desempregados. Cerca de 2 milhões de argentinos recebem o benefício _a estimativa é que haja cerca de 5,8 milhões de indigentes na Argentina.
Pressionado, Duhalde age contra a fome
da Folha de S.Paulo em Buenos AiresO governo argentino anunciou na semana passada um plano de combate à desnutrição infantil. A partir de amanhã, funcionários do governo percorrerão as áreas mais pobres do país para localizar os casos críticos de subnutrição e conceder tratamento e assistência adequada às famílias.
O plano, dirigido pela primeira-dama Hilda González de Duhalde, só foi anunciado depois de terem sido divulgados vários casos de mortes de crianças subnutridas. A primeira reação foi a de entidades de sociedade civil, que passaram a intensificar programas de assistência e recolhimento de doações para as famílias das regiões mais pobres.
O próprio presidente Eduardo Duhalde havia firmado um abaixo-assinado, lançado por um conjunto de organizações não-governamentais e pelo jornal "La Nacion", pedindo a criação de um projeto nacional de combate à fome. Os organizadores do documento já recolheram mais de 1 milhão de assinaturas. O projeto, de 15 pontos, foi enviado ao Congresso e os deputados começaram a discuti-lo na quinta-feira passada.
Nas Províncias, a primeira reação dos governadores foi eximir-se da responsabilidade pelas mortes e pelos casos de pobreza extrema. Na semana passada, o secretário da Saúde da Província de Missiones, onde 49 crianças morreram de fome neste ano, acusava o ex-presidente Fernando de la Rúa e o presidente Eduardo Duhalde, que teriam cortado recursos antes destinados à região.
O governo não responde diretamente às críticas, mas funcionários das secretarias da Saúde insinuam que os governadores desviam as verbas que deveriam alimentar as crianças.
Duhalde não anunciou quanto o governo vai investir no programa de combate à fome, chamado "Operação Resgate". A primeira-dama apenas anunciou que estarão envolvidos o Exército, universidades e organizações não-governamentais.
Na Província de Buenos Aires, onde vive mais da metade da população argentina, começou ontem um programa para identificar as crianças com problemas de nutrição. O governador da Província, Felipe Solá, anunciou que há cerca de 56 mil crianças desnutridas em Buenos Aires _aproximadamente 7% das crianças da Província.
Como no programa federal, a campanha da Província mais populosa e mais rica do país irá percorrer as áreas pobres e prover tratamento para as crianças em risco e para as famílias em situação de indigência.
Duhalde, que colhia os dividendos da estabilização econômica que o país atingiu nos últimos meses, se viu bombardeado por todos os lados.
Anteontem, ele partiu para o ataque e disse que o problema da desnutrição não é um problema de seu governo.
Para Duhalde, as gestões de Carlos Menem (1989-99) e de De la Rúa (1999-2001) têm de ser responsabilizadas pela crise social. Menem, apesar de pertencer ao mesmo partido de Duhalde, o PJ (Partido Justicialista), é inimigo político do presidente.
O governo espera também poder aumentar a cobertura do principal programa social do país, o Programa de Chefes de Família, uma espécie de renda mínima concedida aos chefes de família desempregados. Cerca de 2 milhões de argentinos recebem o benefício _a estimativa é que haja cerca de 5,8 milhões de indigentes na Argentina.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice