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26/11/2002 - 16h59

Perfil: Ariel Sharon confirma fama de político combativo

CHARLY WEGMAN
da France Presse, em Jerusalém

O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon confirmou a fama de homem lutador e determinado, mas também seu nada desprezível talento político, o que lhe dá vantagem nas pesquisas ante o principal adversário Binyamin Netanyahu, nas eleições primárias de quinta-feira. Delas surgirá o chefe do partido Likud (direita).

Depois da dissolução da Knesset (Parlamento) no começo de novembro, devido à saída do Partido Trabalhista do gabinete de união nacional, Sharon confiou o ministério das Relações Exteriores a Netanyahu.

"É perfeito para este trabalho", disse Sharon, prometendo ao adversário o cargo se fosse reeleito primeiro-ministro nas eleições legislativas antecipadas de 28 de janeiro.

Todas estas manobras estão relacionadas à habilidade política do atual chefe de governo, de 75 anos que, ante à radical campanha de direita lançada pelo adversário, preferiu a discrição e o simples mas contundente lema: "O povo quer Sharon".

Há meses e ante o espanto da ala radical do Likud, Sharon defendeu a criação de um Estado palestino. Dois anos depois do início da Intifada palestina, o primeiro-ministro quer desempenhar o papel de "figura histórica" para apagar um pouco Amram Mitzna, líder do Partido Trabalhista, nas legislativas antecipadas.

"Arik", como é chamado pelos adeptos está a ponto de conseguir os propósitos já que o Likud tem chance de conseguir 35 cadeiras no próximo parlamento ante as 19 atuais.

Apesar de tudo, os resultados da administração Sharon deixam a desejar. O primeiro-ministro prometeu ganhar a "luta contra o terrorismo", apresentou-se como o homem da "unidade", da "segurança" e da "paz verdadeira" mas Israel atravessa uma crise sem precedentes e os atentados não param, apesar da reocupação militar israelense de praticamente toda Cisjordânia, desde março.

Principalmente, Sharon pode vangloriar-se de ter estreitado laços com Washington e com o presidente norte-americano, George W. Bush, com quem se reuniu sete vezes desde que foi eleito e que deseja, tanto quanto ele, anular politicamente o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.

Métodos pouco ortodoxos
Nascido dia 27 de setembro de 1928 na Palestina, de pais de origem bielo-russa, Sharon é um dos últimos representantes da geração de fundadores do Estado de Israel.

Criticado ou elogiado, Sharon desenhou o mapa da colonização da Cisjordânia e conseguiu esvaziar os assentamentos judaicos do Sinai depois do tratado de paz com o Egito.

Sharon tem grandes dificuldades para livrar-se da imagem de homem bruto, sem escrúpulos e amante de métodos pouco ortodoxos.

Seus compatriotas o reprovam por ter levado Israel à desastrosa invasão do Líbano, em 1982, quando era ministro da Defesa.

Por isso recebeu um tratamento de "pária", em grande parte da comunidade internacional, sobretudo depois das conclusões de uma comissão de investigação, responsabilizando-o indiretamente pelos massacres nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, próximo a Beirute (Líbano).

Sendo chefe da oposição, Sharon provocou uma grande polêmica no dia 28 de setembro de 2000 quando visitou a esplanada das mesquitas em Jerusalém. Os palestinos afirmam que foi esta visita que detonou a segunda Intifada (revolta palestina contra a ocupação israelense) que prossegue até hoje.

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