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26/07/2000 - 13h04

Concorde que matou 113 já apresentava problema na viagem anterior

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France Presse

O avião Concorde da Air France que caiu ontem próximo a Paris e matou 113 pessoas já apresentava um problema técnico em sua viagem anterior, feita na segunda-feira entre Nova York e Paris.

A Air France afirmou que, em seu regresso do aeroporto JFK ( de Nova York), o inversor de empuxo do motor dois não funcionava. Mas, segundo a companhia, o avião podia continuar voando sem o reparo devido à tolerância técnica autorizada pelo construtor da peça.

Apesar disso, o comandante da aeronave resolveu pedir a troca da peça, uma vez que o vôo entre Paris e Nova York iria com carga total (os 100 passageiros).

Então, uma peça foi retirada de um Concorde reserva e colocada no avião que faria o vôos para Nova York. Para fazer esse serviço, os mecânicos demoraram 30 minutos, disse a Air France.

Segundo um técnico da Air France, os inversores são mecanismos colocados fora do reator e que permitem inverter o empuxo. Eles são utilizados para frear em terra, tanto na aterrissagem quanto para deter, se necessário, o procedimento de decolagem.

A Air France afirmou que foi o reparo no avião e a chegada com atraso da bagagem de alguns passageiros que causou o atraso de uma hora e seis minutos para a saída do vôo AF-4590.

Ninguém afirmou que foi esse problema, ou outro ocasionado durante o reparo da aeronave, que tenha causado a queda do avião. As investigações ainda continuam. As caixas-pretas foram encontradas ontem à noite e deve demorar entre 24 e 48 horas para que elas sejam totalmente analisadas.

Aviso à torre

Segundo Elisabeth Senot, fiscal do tribunal de Pontoise, em cuja jurisdição está Gonesse (onde o avião caiu), a tripulação do Concorde avisou a torre de controle que o motor número dois não estava funcionando, ainda antes de decolar.

De acordo com Senot, o diálogo entre a torre de controle e a tripulação dava conta de um incêndio e de problemas no motor número dois quando o avoião já tomava velocidade na pista.

O problema nos motores e o fogo na parte traseira do avião foram percebidos 56 minutos depois de ter sido dada a autorização para a decolagem, disse Senot.

"Ao que parece, a partir de então, as chamas aumentaram, uma vez que a torre voltou a avisar que havia fogo. Mas a tripulação respondeu que não havia mais condições de cancelar a decolagem", afirmou.

"Então houve a decolagem e o comandante ou o co-piloto afirmou que o avião iria até o aeroporto de Bourget, o que significa dizer que eles não fariam um giro de 180 graus para voltar para o aeroporto de Roissy (Charles de Gaulle)", afirmou.

Foi durante essa manobra de tentar se dirigir ao outro aeroporto que o avião caiu sobre o hotel de Gonesse, matando as 109 pessoas a bordo e 3 ou 4 que estavam em terra.
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