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28/11/2002
-
16h33
da Folha Online
O secretário-geral do principal organismo muçulmano da Nigéria, o Supremo Concílio Islâmico, informou hoje que o "fatwa" (decreto religioso) pedindo a morte de uma jornalista deveria ser ignorado.
A declaração foi divulgada enquanto o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, conversava com líderes da igreja da cidade de Kaduna, arrasada pelos protestos. Segundo líderes da igreja, a maior parte dos mais de 200 mortos na cidade era de cristãos.
Um Estado de população majoritariamente muçulmana da Nigéria havia expedido na terça-feira (26) o decreto exigindo a morte da jornalista, cujo artigo sobre o concurso Miss Mundo serviu de estopim a distúrbios que mataram pelo menos 215 pessoas na semana passada.
No texto publicado pelo diário "ThisDay", Isioma Daniel criticou os setores da população que tentavam evitar a realização do concurso de beleza no país. E disse que, se estivesse vivo, o profeta Maomé provavelmente escolheria uma das participantes para se casar.
"O Alcorão afirma claramente que quem quer que insulte o profeta do islã, Maomé, deve ser morto", declarou Dangaladima Magaji, comissário para a informação do Estado de Zamfara (norte da Nigéria).
A violência nas ruas da cidade de Kaduna, onde grupos cristãos e muçulmanos e a polícia se enfrentaram por três dias, acabou matando e ferindo centenas e provocando a transferência do Miss Mundo para Londres.
Desde a publicação do artigo, o jornal já publicou diversos pedidos de desculpas. Seus diretores afirmam que elas foram aceitas pelo principal órgão muçulmano do país, o Conselho Supremo de Assuntos Islâmicos.
Daniel, afirmam os editores do "ThisDay", pediu demissão e fugiu para os EUA. O editor responsável pelo suplemento de sábado, no qual o artigo polêmico foi impresso, foi preso para interrogatório e depois libertado.
Magaji disse que o governo do Estado condenou a jovem jornalista -ela tem pouco mais de 20 anos e acaba de se formar numa universidade britânica- à pedido de associações islâmicas locais.
Com Folha de S.Paulo
Pena de morte à jornalista será ignorada, diz Concílio Islâmico
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O secretário-geral do principal organismo muçulmano da Nigéria, o Supremo Concílio Islâmico, informou hoje que o "fatwa" (decreto religioso) pedindo a morte de uma jornalista deveria ser ignorado.
A declaração foi divulgada enquanto o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, conversava com líderes da igreja da cidade de Kaduna, arrasada pelos protestos. Segundo líderes da igreja, a maior parte dos mais de 200 mortos na cidade era de cristãos.
Um Estado de população majoritariamente muçulmana da Nigéria havia expedido na terça-feira (26) o decreto exigindo a morte da jornalista, cujo artigo sobre o concurso Miss Mundo serviu de estopim a distúrbios que mataram pelo menos 215 pessoas na semana passada.
No texto publicado pelo diário "ThisDay", Isioma Daniel criticou os setores da população que tentavam evitar a realização do concurso de beleza no país. E disse que, se estivesse vivo, o profeta Maomé provavelmente escolheria uma das participantes para se casar.
"O Alcorão afirma claramente que quem quer que insulte o profeta do islã, Maomé, deve ser morto", declarou Dangaladima Magaji, comissário para a informação do Estado de Zamfara (norte da Nigéria).
A violência nas ruas da cidade de Kaduna, onde grupos cristãos e muçulmanos e a polícia se enfrentaram por três dias, acabou matando e ferindo centenas e provocando a transferência do Miss Mundo para Londres.
Desde a publicação do artigo, o jornal já publicou diversos pedidos de desculpas. Seus diretores afirmam que elas foram aceitas pelo principal órgão muçulmano do país, o Conselho Supremo de Assuntos Islâmicos.
Daniel, afirmam os editores do "ThisDay", pediu demissão e fugiu para os EUA. O editor responsável pelo suplemento de sábado, no qual o artigo polêmico foi impresso, foi preso para interrogatório e depois libertado.
Magaji disse que o governo do Estado condenou a jovem jornalista -ela tem pouco mais de 20 anos e acaba de se formar numa universidade britânica- à pedido de associações islâmicas locais.
Com Folha de S.Paulo
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