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29/11/2002 - 06h04

Sobreviventes da explosão no Quênia relatam carnificina

da Folha de S.Paulo

O hotel Paradise, em Kikambala, uma praia turística situada a 20 km de Mombaça, na costa queniana, transformou-se ontem no palco de um triste espetáculo de corpos despedaçados e de gritos, depois que um carro-bomba forçou a barreira de proteção do hotel, bateu em seus portões de entrada e explodiu.

Os cadáveres das dançarinas que deveriam dar boas-vindas aos turistas ficaram expostos no saguão do hotel. "Havia sangue em todos os lugares. Havia muito fogo, crianças procurando seus pais e mães procurando seus filhos", afirmou o israelense Yahud Saroni, proprietário do hotel.

"Os corpos estavam muito queimados, era impossível reconhecê-los", disse Farie Abdul Kadir, diretor da Cruz Vermelha local.

Sob palmeiras dilaceradas, Maureen Wanjiru, dona de uma loja no saguão do hotel, descreveu a morte de duas crianças. "Elas estavam muito queimadas. Elas foram levadas para o mar porque não havia água suficiente no hotel. Mas as crianças não conseguiram chegar com vida até a água".

O israelense Boris Morosov, 46, que é pesquisador na Universidade de Tel Aviv, foi submetido a uma cirurgia para retirar um pedaço de metal de sua cabeça.

Maxilar
A maior parte do que sobrou do carro-bomba ficou a 15 metros da entrada do hotel. Um maxilar que estava ao lado do veículo era o único vestígio dos terroristas suicidas no local.

Esse tipo de carnificina não é incomum no Quênia. Em 7 de agosto de 1998, caminhões cheios de explosivos atingiram a Embaixada dos EUA em Nairóbi, capital do país, e a Embaixada dos EUA em Dar-es-Salam, na Tanzânia, matando 224 pessoas ao todo, incluindo 12 americanos.

O Quênia é um dos principais destinos turísticos dos israelenses, que desembolsam a partir de US$ 300 por um pacote que inclui passagens aéreas e cinco dias de hotel. Mas os viajantes sabem que Mombaça é uma cidade perigosa para israelenses. Desse modo, a maioria opta por viagens de safári apenas a Nairóbi.

Com agências internacionais

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