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Corte chinesa aceita pela 1ª vez denúncia de padre contra governo
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da Efe, em Pequim
A Justiça chinesa aceitou pela primeira vez uma denúncia de abuso feita por um padre católico contra as autoridades comunistas, um caso sem precedentes divulgado nesta sexta-feira pela Associação de Ajuda à China, ONG que denuncia o assédio aos católicos clandestinos no país asiático.
Segundo a organização, sediada nos Estados Unidos, o tribunal popular do distrito de Haizhu, em Cantão, aceitou em 25 de dezembro o caso apresentado por Wang Dao contra o Birô Estatal de Assuntos Religiosos, por invadir uma missa na igreja de Liangren.
"Trata-se de uma decisão sem precedentes tomada por um tribunal chinês, aceitar uma denúncia administrativa por parte do padre de uma igreja desafiando uma decisão punitiva do Birô", afirma a ONG, com sede na Pensilvânia.
O caso aconteceu em 14 de dezembro passado, quando mais de 50 funcionários do Birô de Assuntos Religiosos e do de Segurança Pública fizeram uma batida na igreja de Liangren durante a missa de domingo.
Os funcionários levaram uma nota de "multa administrativa", na qual acusavam o padre Wang de organizar uma reunião ilegal e pediam que pusesse fim aos encontros.
A ONG considera que a aceitação pode firmar um precedente em outros casos nos quais houve assédio a católicos que não pertencem às congregações controladas pelo governo comunista.
A China, povoado por budistas, taoístas, católicos e muçulmanos, reconhece as congregações religiosas que aceitem o controle do Estado, mas não os grupos clandestinos e independentes.
No país há entre 8 e 12 milhões de católicos, divididos entre a igreja oficial e a clandestina.
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