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10/12/2002
-
04h29
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
O ministro da Saúde da Argentina, Ginés González García, tem uma explicação controversa para a morte de crianças por subnutrição que tem chocado o país nos últimos meses. Para ele, a causa é a ignorância: sem acesso à educação e também subnutridos, os pais das vítimas nem sequer sabiam que as crianças tinham problemas de saúde.
A divulgação dos casos de desnutrição pegou o governo de surpresa. O presidente Eduardo Duhalde, que se preparava para colher os louros da relativa estabilidade econômica, teve de agir para contornar o que se tornou um escândalo.
O governo preparou um programa de combate à desnutrição infantil, capitaneado pela primeira-dama, Hilda Duhalde, que, há duas semanas, viajou a Tucumán, uma das Províncias com grande número de casos de crianças subnutridas.
González García viajou com a primeira-dama e, afirmou à Folha de S.Paulo, visitou os familiares da maioria das crianças mortas. "É um cenário de desolação total. Mas o problema não é falta de médicos e hospitais. O problema é que as famílias estão fora da sociedade. Você pergunta se elas sabem o que é desnutrição, e elas não sabem responder. Não sabiam que precisavam levar os filhos ao hospital. É um problema cultural também", afirmou.
O ministro se defende das acusações de falta de condições dos hospitais. Afirma que parte das acusações é de "sindicalistas de extrema esquerda" que querem "fazer politicagem".
González García admite que, nas Províncias mais pobres, alguns hospitais podem ter problemas pontuais e que, "em algum momento", pode ter faltado medicamentos ou pessoal. "Mas são casos isolados".
Na avaliação do ministro, a solução para o problema "cultural" que causou as mortes é "resgatar as famílias", percorrer as regiões mais pobres, visitá-las e dar-lhes a assistência médica e alimentar necessária. Isso é o que estaria fazendo, segundo ele, o programa do governo federal, batizado de "Operação Resgate".
Ministro argentino liga fome à ignorância
MARCELO BILLIda Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
O ministro da Saúde da Argentina, Ginés González García, tem uma explicação controversa para a morte de crianças por subnutrição que tem chocado o país nos últimos meses. Para ele, a causa é a ignorância: sem acesso à educação e também subnutridos, os pais das vítimas nem sequer sabiam que as crianças tinham problemas de saúde.
A divulgação dos casos de desnutrição pegou o governo de surpresa. O presidente Eduardo Duhalde, que se preparava para colher os louros da relativa estabilidade econômica, teve de agir para contornar o que se tornou um escândalo.
O governo preparou um programa de combate à desnutrição infantil, capitaneado pela primeira-dama, Hilda Duhalde, que, há duas semanas, viajou a Tucumán, uma das Províncias com grande número de casos de crianças subnutridas.
González García viajou com a primeira-dama e, afirmou à Folha de S.Paulo, visitou os familiares da maioria das crianças mortas. "É um cenário de desolação total. Mas o problema não é falta de médicos e hospitais. O problema é que as famílias estão fora da sociedade. Você pergunta se elas sabem o que é desnutrição, e elas não sabem responder. Não sabiam que precisavam levar os filhos ao hospital. É um problema cultural também", afirmou.
O ministro se defende das acusações de falta de condições dos hospitais. Afirma que parte das acusações é de "sindicalistas de extrema esquerda" que querem "fazer politicagem".
González García admite que, nas Províncias mais pobres, alguns hospitais podem ter problemas pontuais e que, "em algum momento", pode ter faltado medicamentos ou pessoal. "Mas são casos isolados".
Na avaliação do ministro, a solução para o problema "cultural" que causou as mortes é "resgatar as famílias", percorrer as regiões mais pobres, visitá-las e dar-lhes a assistência médica e alimentar necessária. Isso é o que estaria fazendo, segundo ele, o programa do governo federal, batizado de "Operação Resgate".
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