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26/07/2000
-
19h32
da France Presse
em Auriolparis (França)
O motor número dois do Concorde, situado no interior da asa esquerda do aparelho que caiu perto de Paris, é o principal suspeito de ter causado o acidente. Esse motor pegou fogo alguns segundos após a decolagem da aeronave do aeroporto de Roissy, de acordo com a caixa-preta que registra a conversa entre a tripulação e a torre de controle.
Esse mesmo motor foi objeto de um conserto, antes justamente da decolagem, segundo a Air France. No entanto, o diretor geral de aviação civil, Pierre Graf, e o ministro dos Transportes, Jean-Claude Gayssot, alertaram contra as chamadas interpretações prematuras.
Na manhã desta quarta-feira (26), a promotora do Tribunal de Pontoise, Elisabeth Senot, encarregada da informação judicial, revelou a existência de pane no motor 2, citando detalhadamente a conversa entre a torre de controle e os pilotos.
"Houve uma autorização de decolagem dada pela torre de controle. Cinquenta e seis segundos depois, a torre avisa que há fogo na traseira da aeronave. O comandante de bordo ou alguém da tripulação diz: "pane no motor número dois".
"A partir daí, parece, as chamas tornam-se muito mais intensas uma vez que o fogo é novamente anunciado pela torre de controle e alguém da tripulação responde: "não podemos mais pará-lo", relatou ela.
O avião decola "e o comandante de bordo, imagino, ou o co-piloto, indica
que o avião se dirige a Bourget, isto é vai efetuar uma meia-volta para pegar o curso".
É durante esta manobra, segundo a promotora, que a aeronave cai no hotel, matando as 109 pessoas a bordo e quatro em terra. Segundo ela, são as duas caixas pretas do Concorde, uma contendo o registro
das conversações e a outra com os parâmetros técnicos do vôo, que confirmam a pane no motor N2 no momento da decolagem.
Já na chegada do Concorde que veio de Nova York, segunda-feira, a Air
France havia constatado que o "reverse" (inversor de impulso) de seu motor 2 estava "inoperante". Este mecanismo, na saída do reator, é usado para frear em terra, tanto para a aterrissagem quanto para parar, se necessário, o processo de decolagem. Mas a pedido do piloto de terça-feira o conserto foi feito antes do vôo.
Esta intervenção, conjugada à chegada tardia das bagagens, atrasou a
partida em uma hora e seis minutos. O avião deixou o local de estacionamento às 16h31 para a decolagem. Às 16h44, ele caiu.
"Na situação atual, é absolutamente impossível dizer se isto teve alguma
relação com o acidente", comentou a Air France no início da manhã,
recusando-se a dar qualquer outra declaração.
Para a direção da aviação civil, também esta pane não era "substancial".
Decodificar as caixas pretas não basta; é preciso interpretá-las, o que não será feito antes da noite de quinta-feira. "Deixem os investigadores trabalhar", pediu Pierre Graf.
Clique aqui para ler página especial sobre o acidente.
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Caixa preta do Concorde indica que motor provocou acidente
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O motor número dois do Concorde, situado no interior da asa esquerda do aparelho que caiu perto de Paris, é o principal suspeito de ter causado o acidente. Esse motor pegou fogo alguns segundos após a decolagem da aeronave do aeroporto de Roissy, de acordo com a caixa-preta que registra a conversa entre a tripulação e a torre de controle.
Esse mesmo motor foi objeto de um conserto, antes justamente da decolagem, segundo a Air France. No entanto, o diretor geral de aviação civil, Pierre Graf, e o ministro dos Transportes, Jean-Claude Gayssot, alertaram contra as chamadas interpretações prematuras.
Na manhã desta quarta-feira (26), a promotora do Tribunal de Pontoise, Elisabeth Senot, encarregada da informação judicial, revelou a existência de pane no motor 2, citando detalhadamente a conversa entre a torre de controle e os pilotos.
"Houve uma autorização de decolagem dada pela torre de controle. Cinquenta e seis segundos depois, a torre avisa que há fogo na traseira da aeronave. O comandante de bordo ou alguém da tripulação diz: "pane no motor número dois".
"A partir daí, parece, as chamas tornam-se muito mais intensas uma vez que o fogo é novamente anunciado pela torre de controle e alguém da tripulação responde: "não podemos mais pará-lo", relatou ela.
O avião decola "e o comandante de bordo, imagino, ou o co-piloto, indica
que o avião se dirige a Bourget, isto é vai efetuar uma meia-volta para pegar o curso".
É durante esta manobra, segundo a promotora, que a aeronave cai no hotel, matando as 109 pessoas a bordo e quatro em terra. Segundo ela, são as duas caixas pretas do Concorde, uma contendo o registro
das conversações e a outra com os parâmetros técnicos do vôo, que confirmam a pane no motor N2 no momento da decolagem.
Já na chegada do Concorde que veio de Nova York, segunda-feira, a Air
France havia constatado que o "reverse" (inversor de impulso) de seu motor 2 estava "inoperante". Este mecanismo, na saída do reator, é usado para frear em terra, tanto para a aterrissagem quanto para parar, se necessário, o processo de decolagem. Mas a pedido do piloto de terça-feira o conserto foi feito antes do vôo.
Esta intervenção, conjugada à chegada tardia das bagagens, atrasou a
partida em uma hora e seis minutos. O avião deixou o local de estacionamento às 16h31 para a decolagem. Às 16h44, ele caiu.
"Na situação atual, é absolutamente impossível dizer se isto teve alguma
relação com o acidente", comentou a Air France no início da manhã,
recusando-se a dar qualquer outra declaração.
Para a direção da aviação civil, também esta pane não era "substancial".
Decodificar as caixas pretas não basta; é preciso interpretá-las, o que não será feito antes da noite de quinta-feira. "Deixem os investigadores trabalhar", pediu Pierre Graf.
Clique aqui para ler página especial sobre o acidente.
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