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16/12/2002
-
05h34
O líder palestino Iasser Arafat exigiu ontem que a rede terrorista Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden, pare de usar a causa palestina como motivo para cometer atentados contra o Ocidente. A declaração foi feita em entrevista ao jornal londrino "The Sunday Times".
"Eu digo diretamente a Bin Laden que não se esconda atrás da causa palestina. Ele nunca nos ajudou e atua em uma área completamente diferente [da nossa], que vai contra os nossos interesses", disse o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Arafat criticou os atentados de 11 de setembro de 2001, e a ANP tem feito o possível para desvincular a sua luta contra Israel da campanha terrorista da Al Qaeda. No mês passado, pela primeira vez, a Al Qaeda assumiu a autoria de atentados contra israelenses, após cometer os ataques que mataram 16 pessoas no Quênia.
O governo israelense, por sua vez, tem buscado ligar os palestinos à guerra contra o terror empreendida pelos EUA. O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, acusa Arafat pela violência dos dois anos de Intifada e busca persuadir os americanos a colocar o terror palestino no mesmo patamar do da Al Qaeda. Os EUA não têm aceito a analogia.
Recentemente, Israel afirmou que membros da Al Qaeda teriam se infiltrado na faixa de Gaza. A ANP nega que existam membros da rede terrorista nos territórios palestinos.
Ahmed Abdel Rahman, assessor de Arafat, disse que "os palestinos não querem que a causa palestina _que é justa_ seja utilizada por Sharon para que o governo dele prossiga a escalada de violência, argumentando que, se os EUA enfrentam a Al Qaeda no Afeganistão, Israel pode combater a Al Qaeda na Palestina".
O governo israelense voltou a dizer ontem que Arafat será impedido de ir a Belém (Cisjordânia) neste Natal e que as forças militares do país não irão desocupar a cidade palestina durante a festividade cristã.
Arafat participa do Natal em Belém todos os anos desde de 1995. No ano passado, pela primeira vez, ele foi impedido de ir à cidade onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus. A ANP afirmou que a decisão viola as promessas feitas por Israel tanto aos EUA quanto ao Vaticano.
Arafat está cercado por tropas de Israel em seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia), de onde pôde sair poucas vezes desde dezembro do ano passado.
Os palestinos afirmam que a presença israelense na cidade mais uma vez atrapalhará a vinda de turistas, principal fonte de divisas de Belém.
"Bin Laden não pode usar causa palestina para terror", diz Arafat
da Folha de S. PauloO líder palestino Iasser Arafat exigiu ontem que a rede terrorista Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden, pare de usar a causa palestina como motivo para cometer atentados contra o Ocidente. A declaração foi feita em entrevista ao jornal londrino "The Sunday Times".
"Eu digo diretamente a Bin Laden que não se esconda atrás da causa palestina. Ele nunca nos ajudou e atua em uma área completamente diferente [da nossa], que vai contra os nossos interesses", disse o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Arafat criticou os atentados de 11 de setembro de 2001, e a ANP tem feito o possível para desvincular a sua luta contra Israel da campanha terrorista da Al Qaeda. No mês passado, pela primeira vez, a Al Qaeda assumiu a autoria de atentados contra israelenses, após cometer os ataques que mataram 16 pessoas no Quênia.
O governo israelense, por sua vez, tem buscado ligar os palestinos à guerra contra o terror empreendida pelos EUA. O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, acusa Arafat pela violência dos dois anos de Intifada e busca persuadir os americanos a colocar o terror palestino no mesmo patamar do da Al Qaeda. Os EUA não têm aceito a analogia.
Recentemente, Israel afirmou que membros da Al Qaeda teriam se infiltrado na faixa de Gaza. A ANP nega que existam membros da rede terrorista nos territórios palestinos.
Ahmed Abdel Rahman, assessor de Arafat, disse que "os palestinos não querem que a causa palestina _que é justa_ seja utilizada por Sharon para que o governo dele prossiga a escalada de violência, argumentando que, se os EUA enfrentam a Al Qaeda no Afeganistão, Israel pode combater a Al Qaeda na Palestina".
O governo israelense voltou a dizer ontem que Arafat será impedido de ir a Belém (Cisjordânia) neste Natal e que as forças militares do país não irão desocupar a cidade palestina durante a festividade cristã.
Arafat participa do Natal em Belém todos os anos desde de 1995. No ano passado, pela primeira vez, ele foi impedido de ir à cidade onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus. A ANP afirmou que a decisão viola as promessas feitas por Israel tanto aos EUA quanto ao Vaticano.
Arafat está cercado por tropas de Israel em seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia), de onde pôde sair poucas vezes desde dezembro do ano passado.
Os palestinos afirmam que a presença israelense na cidade mais uma vez atrapalhará a vinda de turistas, principal fonte de divisas de Belém.
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