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17/12/2002 - 21h43

Orgão de Saúde denuncia campanhas de cigarro na América Latina

da France Presse, em Washington

As indústrias multinacionais de cigarro fizeram campanhas mentirosas na América Latina e no Caribe nos últimos dez anos para evitar restrições ao consumo de seus produtos e limitações à sua comercialização, segundo informe publicado hoje pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPS).

O relatório, intitulado "Rentabilidade à custa da população", é resultado de um ano de trabalho de uma equipe de pesquisadores, que analisaram mais de 10 mil páginas de documentos internos destas empresas, principalmente a Philip Morris e a British American Tobacco. As duas juntas detêm a maioria do mercado na região, de acordo com a OPS.

Segundo o informe, as indústrias do cigarro:

1. Contrataram cientistas para mascarar os resultados dos estudos que vinculam a exposição passiva à fumaça do cigarro a doenças graves.

2. Elaboraram "programas de prevenção ao fumo para jovens", como uma jogada de marketing, cujo objetivo é evitar qualquer regulamentação significativa da venda de cigarro.

3. Têm conhecimento detalhado das redes de contrabando e dos mercados negros de cigarro e procuram aumentar sua quota neste mercado ilegal, estruturando campanhas de comercialização e rotas de distribuição.

4. Têm acesso a funcionários chaves dos governos, conseguindo enfraquecer ou até evitar uma legislação sobre o controle do cigarro em vários países.

A pesquisa mostrou ainda a discrepância entre o que estas indústrias reconhecem internamente como as maiores ameaças para suas vendas e o que admitem em público.

As empresas negaram publicamente, por exemplo, que a publicidade do cigarro estimule seu consumo, mas reconhecem internamente que sua proibição afeta as vendas.
 

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