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23/12/2002
-
15h42
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, justificou o adiamento das eleições palestinas previstas para janeiro alegando a longa ocupação israelense das localidades da Cisjordânia. Seus críticos, no entanto, acreditam que o líder palestino está usando a ocupação como pretexto para não realizar as eleições.
Depois de seis meses de ocupação israelense das zonas urbanas da Cisjordânia, os palestinos anunciaram ontem que seriam obrigados a adiar as eleições marcadas para 20 de janeiro.
"A direção palestina decidiu realizar as eleições depois da retirada de Israel dos territórios palestinos, conforme a lei eleitoral. Como os israelenses não dão sinais de retirada, as eleições para o Conselho Legislativo [Parlamento] e a Presidência ficam adiadas por tempo indeterminado", informou um comunicado.
Enquanto o pleito não se realiza, Arafat continua dirigindo a ANP, hoje uma entidade com poderes reduzidos.
Motivos
Um representante independente do Conselho Legislativo, Abdel Jawad Saleh, afirmou que a reocupação das localidades palestinas é a "principal causa" do adiamento.
"É impossível votar e fazer uma campanha eleitoral em cidades ocupadas e sob toque de recolher", disse Saleh.
O representante acusou Arafat de ter aceito as eleições "como tática, sabendo que o Exército israelense não se retiraria". Saleh pediu a realização de eleições livres porque acredita que elas "são o único caminho para sair da crise".
O pesquisador Dan Schueftan, da Universidade de Haifa, acusa Arafat de aceitar as eleições "somente para forçar os tanques israelenses a saírem da região". Ele, no entanto, também critica o governo israelense, "que está mais interessado em enfraquecer a autoridade de Arafat do que em promover reformas".
Arafat no poder
Segundo Schueftan, essa intenção explica o fato de o governo israelense querer eleições legislativas e não presidenciais, já que estas últimas confirmariam Arafat em seu posto.
Outro pesquisador, Raphael Israeli, da Universidade hebraica de Jerusalém, acusa Israel de ter posto Arafat, desde 1993, sobre um pedestal sem consultar previamente os palestinos.
O porta-voz israelense do ministério das Relações Exteriores acusou o líder palestino de "procurar pretextos para não democratizar o seu governo".
Israel reocupou as localidades da Cisjordânia, com exceção do pequeno enclave de Jericó, no mês de junho, durante uma série de operações para deter as investidas palestinas na Cisjordânia e os atentados em Israel.
Leia mais no especial Oriente Médio
Arafat adia eleições à espera de retirada israelense
da France Presse, em Ramallah (Cisjordânia)O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, justificou o adiamento das eleições palestinas previstas para janeiro alegando a longa ocupação israelense das localidades da Cisjordânia. Seus críticos, no entanto, acreditam que o líder palestino está usando a ocupação como pretexto para não realizar as eleições.
Depois de seis meses de ocupação israelense das zonas urbanas da Cisjordânia, os palestinos anunciaram ontem que seriam obrigados a adiar as eleições marcadas para 20 de janeiro.
"A direção palestina decidiu realizar as eleições depois da retirada de Israel dos territórios palestinos, conforme a lei eleitoral. Como os israelenses não dão sinais de retirada, as eleições para o Conselho Legislativo [Parlamento] e a Presidência ficam adiadas por tempo indeterminado", informou um comunicado.
Enquanto o pleito não se realiza, Arafat continua dirigindo a ANP, hoje uma entidade com poderes reduzidos.
Motivos
Um representante independente do Conselho Legislativo, Abdel Jawad Saleh, afirmou que a reocupação das localidades palestinas é a "principal causa" do adiamento.
"É impossível votar e fazer uma campanha eleitoral em cidades ocupadas e sob toque de recolher", disse Saleh.
O representante acusou Arafat de ter aceito as eleições "como tática, sabendo que o Exército israelense não se retiraria". Saleh pediu a realização de eleições livres porque acredita que elas "são o único caminho para sair da crise".
O pesquisador Dan Schueftan, da Universidade de Haifa, acusa Arafat de aceitar as eleições "somente para forçar os tanques israelenses a saírem da região". Ele, no entanto, também critica o governo israelense, "que está mais interessado em enfraquecer a autoridade de Arafat do que em promover reformas".
Arafat no poder
Segundo Schueftan, essa intenção explica o fato de o governo israelense querer eleições legislativas e não presidenciais, já que estas últimas confirmariam Arafat em seu posto.
Outro pesquisador, Raphael Israeli, da Universidade hebraica de Jerusalém, acusa Israel de ter posto Arafat, desde 1993, sobre um pedestal sem consultar previamente os palestinos.
O porta-voz israelense do ministério das Relações Exteriores acusou o líder palestino de "procurar pretextos para não democratizar o seu governo".
Israel reocupou as localidades da Cisjordânia, com exceção do pequeno enclave de Jericó, no mês de junho, durante uma série de operações para deter as investidas palestinas na Cisjordânia e os atentados em Israel.
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