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28/12/2002 - 08h48

Inspetores seguem investigando Iraque no 29º dia de trabalho

da Folha Online

Os especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas) encarregados de verificar se o Iraque tem ou não armas de destruição em massa iniciaram hoje seu segundo mês de inspeções.

Pelo menos uma equipe, a Comissão de Vigilância, Verificação e Inspeção da ONU (Unmovic, sigla em inglês), partiu hoje pela manhã do quartel-general dos inspetores, um ex-hotel em Bagdá, com direção a um centro industrial em Ibn Yunes, dez km ao sul da capital. Ainda não se sabe se outras equipes estão na zona.

Ontem, especialistas em armas da ONU entrevistaram um importante cientista iraquiano com especialização em uso de tubos de alumínio e vistoriaram três locais suspeitos em sua busca por programas de armamentos proibidos.

O porta-voz da ONU Hiro Ueki disse que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no Iraque entrevistaram um funcionário da companhia estatal.



"Ele forneceu detalhes técnicos de um programa militar", disse Ueki em comunicado emitido em Bagdá. "Este programa atraiu atenção considerável como um possível prelúdio para um programa nuclear clandestino".

Ueki não identificou o cientista ou sua empresa, mas disse que as respostas "serão de grande uso para completar as verificações a AIEA" sobre programa nuclear do Iraque.

Um comunicado do Ministério do Exterior iraquiano disse que o cientista se chama Kathim Jamil, da Companhia Al Rayah -que faz parte da Comissão de Industrialização Militar do Iraque. Ele foi descrito como especialista em uso de tubos de alumínio para a produção de mísseis de 81 milímetros com alcance de dez quilômetros.

O texto afirma que a entrevista, conduzida no Hotel Al Rasheed, em Bagdá, foi acompanhada por uma autoridade do governo e durou uma hora.

Hussam Mohammad Amin, chefe do Diretório Nacional de Inspeção do Iraque, encarregado de trabalhar com os inspetores da ONU, disse à televisão iraquiana que Jamil trabalhou com restauração e armazenamento dos tubos, que teriam sido importados em 1987. "Foi uma entrevista aberta e positiva", disse.
Também ontem, uma equipe de especialistas em mísseis vistoriou a Companhia al-Nassir al-Atheem, conhecida anteriormente como Companhia Estatal de Engenharia Pesada, na região de Al Doura.

Uma equipe de especialistas em produtos químicos inspecionou uma empresa administrada pela mesma companhia e também na mesma região. Ueki disse que a empresa conduz uma ampla gama de trabalhos com metais, tanto para uso civil como para propósitos militares.

Uma equipe de especialistas em armas biológicas passou uma hora na região de Za'faraniya, na Companhia de Indústrias Químicas Modernas, que produz araque, gim e uísque. O local já foi inspecionado outras vezes por ter equipamentos de uso duplo.

Jinan Roger Laso, diretor de marketing na empresa, disse a repórteres que os inspetores fizeram perguntas, vistoriaram e fotografaram equipamentos.

"Eles nos perguntaram sobre nossos tanques vazios e lhes dissemos que estão assim por causa dos feriados de Natal, quando a companhia pára a produção no fim do ano", disse Laso.

Autoridades iraquianas disseram que o grupo administrativo deixou o local e foi para Mosul, 400 quilômetros ao norte de Bagdá, para estabelecer uma central para os inspetores de armas.

Mais de cem especialistas da ONU estão no Iraque para tentar descobrir evidências de armas de destruição em massa. Eles deixaram o país antes dos ataques dos EUA e do Reino Unido de 1998.

O próximo relatório dos inspetores deverá ser entregue para o Conselho de Segurança da ONU no dia 9 de janeiro. A data prevista para o relatório final é 27 de janeiro, ou seja, dois meses após o início das buscas.

Os Estados Unidos ameaçam usar força militar para desarmar o Iraque, caso o país não cumpra as exigências da resolução do Conselho de Segurança da ONU.

O Iraque admite que teve programas de armas nucleares, químicas e biológicas no passado, mas afirma que acabou com todos eles.

Com agências internacionais

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