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29/12/2002
-
03h39
Insatisfeitos com o andamento da mesa de diálogo com o governo, os cocaleiros bolivianos prometem paralisar as principais estradas do país a partir do dia 6, em protesto contra a política de erradicação dos cultivos ilegais de coca.
Os cocaleiros exigem a suspensão do trabalho de erradicação enquanto uma comissão independente avaliaria o potencial de mercado legal para a coca no país. O governo diz que não pode interromper a erradicação, sob pena de ver os cultivos ilegais crescerem exponencialmente.
"Os cocaleiros não têm como garantir que, se nós pararmos a erradicação, eles também não farão novas plantações", diz o vice-ministro da Defesa Social, Ernesto Justiniano Urenda.
"O que existe hoje é um equilíbrio dinâmico, com esforços de erradicação por parte do governo e para plantar por parte dos cocaleiros", afirma.
Justiniano convocou uma reunião de negociações para o dia 4 de janeiro, para tentar evitar os protestos do dia 6.
O principal ponto da discussão entre o governo e os cocaleiros é a quantidade de coca consumida de maneira legal no país. Os cocaleiros dizem que o potencial de consumo permitiria um aumento no limite legal para plantações, de 12 mil hectares, fixado em 1988.
O governo, por sua vez, diz que esse limite poderia ser até mesmo reduzido após a conclusão do estudo de mercado.
"Acreditamos que o consumo tenha caído, mas não queremos defender posições políticas", diz Justiniano.
"O importante é que os resultados do estudo sejam aceitos como definitivos pelo governo e pelos cocaleiros", afirma.
Para Oscar Coca, assessor do deputado Evo Morales e um dos negociadores dos cocaleiros na mesa de diálogo, o limite fixado em 1988 foi subestimado. Segundo ele, o consumo atual permitiria a manutenção do atual volume de plantações, legais e ilegais.
Segundo Coca, seria possível até aumentar a produção se alguns países levantassem a restrição à importação das folhas. Ele cita o caso do norte da Argentina, onde a coca chega de maneira ilegal, mas tem o consumo tolerado.
O governo dos EUA, principal incentivador do Plano Dignidade, de erradicação dos cultivos ilegais na Bolívia, reconhece a existência de um mercado legal para a coca, mas defende o combate à produção excedente, que teria como destino a produção de cocaína.
Fontes da embaixada americana em La Paz consultadas pela Folha não quiseram fazer comentários sobre as negociações entre os cocaleiros e o governo boliviano, alegando que esse é um assunto interno da Bolívia.
Cocaleiros bolivianos querem bloquear estradas
da Folha de S. PauloInsatisfeitos com o andamento da mesa de diálogo com o governo, os cocaleiros bolivianos prometem paralisar as principais estradas do país a partir do dia 6, em protesto contra a política de erradicação dos cultivos ilegais de coca.
Os cocaleiros exigem a suspensão do trabalho de erradicação enquanto uma comissão independente avaliaria o potencial de mercado legal para a coca no país. O governo diz que não pode interromper a erradicação, sob pena de ver os cultivos ilegais crescerem exponencialmente.
"Os cocaleiros não têm como garantir que, se nós pararmos a erradicação, eles também não farão novas plantações", diz o vice-ministro da Defesa Social, Ernesto Justiniano Urenda.
"O que existe hoje é um equilíbrio dinâmico, com esforços de erradicação por parte do governo e para plantar por parte dos cocaleiros", afirma.
Justiniano convocou uma reunião de negociações para o dia 4 de janeiro, para tentar evitar os protestos do dia 6.
O principal ponto da discussão entre o governo e os cocaleiros é a quantidade de coca consumida de maneira legal no país. Os cocaleiros dizem que o potencial de consumo permitiria um aumento no limite legal para plantações, de 12 mil hectares, fixado em 1988.
O governo, por sua vez, diz que esse limite poderia ser até mesmo reduzido após a conclusão do estudo de mercado.
"Acreditamos que o consumo tenha caído, mas não queremos defender posições políticas", diz Justiniano.
"O importante é que os resultados do estudo sejam aceitos como definitivos pelo governo e pelos cocaleiros", afirma.
Para Oscar Coca, assessor do deputado Evo Morales e um dos negociadores dos cocaleiros na mesa de diálogo, o limite fixado em 1988 foi subestimado. Segundo ele, o consumo atual permitiria a manutenção do atual volume de plantações, legais e ilegais.
Segundo Coca, seria possível até aumentar a produção se alguns países levantassem a restrição à importação das folhas. Ele cita o caso do norte da Argentina, onde a coca chega de maneira ilegal, mas tem o consumo tolerado.
O governo dos EUA, principal incentivador do Plano Dignidade, de erradicação dos cultivos ilegais na Bolívia, reconhece a existência de um mercado legal para a coca, mas defende o combate à produção excedente, que teria como destino a produção de cocaína.
Fontes da embaixada americana em La Paz consultadas pela Folha não quiseram fazer comentários sobre as negociações entre os cocaleiros e o governo boliviano, alegando que esse é um assunto interno da Bolívia.
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