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02/01/2003 - 11h50

Iraque critica aumento de sanções e acusa EUA de preparar ataque

da France Presse, em Bagdá (Iraque)

O Iraque criticou hoje, pela primeira vez, o endurecimento das sanções da ONU (Organização das Nações Unidas), enquanto um alto dirigente iraquiano acusou os Estados Unidos de continuar com seus preparativos para uma "agressão militar" a Bagdá. Ao mesmo tempo, os inspetores de armas finalizavam os detalhes para sua primeira inspeção em helicópteros.

O jornal "Babel", dirigido por Udai Saddam Hussein, filho do presidente iraquiano, classificou de "desprezível" a resolução do Conselho de Segurança da ONU que reforça as sanções das Nações Unidas contra o Iraque.

"A resolução, que limita a importação de produtos de uso civil, confirma as intenções cruéis contra o nosso povo", diz o jornal. "Esta resolução desprezível, que não tem nenhuma legitimidade, foi aprovada no momento em que o Conselho de Segurança examinava a possibilidade de suavizar as sanções", afirmou.

O texto, aprovado segunda-feira (30), acrescenta cerca de 60 produtos dos setores de química, medicamentos, material eletrônico e transportes à lista de produtos que o Iraque não pode importar no âmbito do programa batizado de Petróleo por Alimentos.

O "Babel" criticou implicitamente a Rússia por sua abstenção, juntamente com a Síria, de votar a resolução, assinalando que "alguns países aproveitaram para defender seus interesses", uma referência clara às exportações russas para o Iraque.

O vice-premiê iraquiano, Tarek Aziz, afirmou hoje que os inspetores puderam visitar todos os lugares que pediram para ver desde sua chegada, no dia 25 de novembro, e "continuarão visitando todos os locais que quiserem".

Em uma reunião com uma delegação pacifista internacional num hotel de Bagdá, Aziz reiterou que o Iraque não possui armas de destruição em massa e que as inspeções comprovarão isso. Apesar da cooperação de Bagdá com as Nações Unidas, reconhecida anteontem pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, "a mobilização militar americana continua", disse Aziz.

"Há um propósito imperialista por trás de toda essa agitação criada por Washington em torno das armas de destruição em massa", declarou. "Este propósito é invadir o Iraque, ocupá-lo e utilizar seus recursos nacionais com objetivos militares e industriais, para os objetivos do regime capitalista."

Os Estados Unidos já dispõem de 65 mil homens na região, e Washington comunicou recentemente sua vontade de reforçar ainda mais seu dispositivo, com 50 mil militares.

Os técnicos em desarmamento das Nações Unidas estão em seu 34º dia de inspeções. Hoje, visitaram cinco locais, segundo o centro de imprensa do Ministério da Informação do Iraque. Os inspetores pretendem estender seu raio de ação nos próximos dias, utilizando pela primeira vez helicópteros. Os aparelhos terão dupla função: transportarão os inspetores e participarão da vigilância dos locais visitados, para que durante a inspeção não saiam pessoas nem materiais das instalações.

Leia mais no especial Iraque
 

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