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08/02/2009 - 23h33

Morales amplia governo para aplicar Constituição e enfrentar ano eleitoral

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da Efe, em La Paz

O presidente Evo Morales inaugurou neste domingo uma nova etapa constitucional da Bolívia com a remodelação de seu governo, que ampliou para 20 ministros e com o qual vai lidar com a aplicação da Carta Magna e as eleições de 6 de dezembro.

Os colaboradores chegaram ao poder um dia após Morales promulgar a nova Constituição, com a qual pretende fundar a Bolívia pela segunda vez.

O governante indígena e esquerdista enfatizou que este é o primeiro gabinete do "Estado plurinacional da Bolívia" a partir da nova Carta Magna, a 16ª na história do país, aprovada em um inédito referendo em 25 de janeiro com 61% dos votos.

Assegurou a seus ministros que "a grande responsabilidade" na etapa "de transformação" que se abre no país não é responder ao presidente, "mas ao povo", e exigiu deles "compromisso político e ideológico" e "capacidade de gestão".

"Não chegamos aqui para ser figurantes, mas para trabalhar. Não estamos aqui pelo dinheiro, mas pela pátria, pelo povo", afirmou Morales.

Dificuldades

Em nome do gabinete, o chanceler aimará David Choquehuanca, que foi ratificado no cargo, destacou que "a mudança começou com firmeza na Bolívia, mas ainda não terminou".

Destacou as dificuldades que Morales e seu gabinete enfrentaram em seus três anos de governo, porque "nunca um presidente e seus ministros foram tão atacados e caluniados".

No entanto, advertiu que as "calúnias" contra o atual Executivo vão se intensificar este ano durante a campanha para as eleições presidenciais de dezembro.

No novo governo "plurinacional", o número de ministros aumenta de 17 para 20. As novidades são a criação dos ministérios de Autonomias, Culturas, Transparência e Luta Contra a Corrupção, e o do Meio Ambiente, que Morales fundiu com o de Águas.

Morales, que tem agora 20 ministros em vez dos 17 anteriores, mantém o núcleo "duro" de seu governo, com os ministros da Presidência, Juan Ramón Quintana; de Governo (Interior), Alfredo Rada, e da Defesa, Wálker San Miguel.

Ministros

Os outros ministros ratificados são o de Relações Exteriores; David Choquehuanca; de Justiça, Celima Torrico; de Economia e Finanças Públicas, Luis Arce, cujo ministério antes se denominava da Fazenda; de Mineração, Luis Alberto Echazú; da Educação, Roberto Aguilar, e da Saúde, Ramiro Taipa.

Também continua no gabinete Susana Rivero, que assistiu ao ato de nomeações em uma cadeira de rodas, devido a problemas de saúde. A pasta que dirige se denomina agora Ministério do Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural, que substitui o de Produção e Microempresas.

Além disso, continua Héctor Arce como ministro da Defesa Legal do Estado, antes chamado de Defesa Legal das Recuperações Estatais (nacionalizações).

Seguem no gabinete, mas mudaram de área, Wálter Delgadillo, que passa do Trabalho para Obras Públicas e Habitação; Óscar Coca, que deixa esta última pasta para assumir a de Hidrocarbonetos; e Carlos Romero, que foi transferido do Desenvolvimento Rural para o novo Ministério de Autonomias.

René Orellana, até agora ministro das Águas, ocupará a pasta do Meio Ambiente e Águas.

Hidrocarbonetos

Morales promoveu a mudança de ministro na pasta de Hidrocarbonetos, com a nomeação de Oscar Coca, que substitui Saúl Ávalos e que se transforma no quarto titular da área em três anos.

Coca chega a esta área em meio ao escândalo de corrupção que explodiu na estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), cujo presidente, Santos Ramírez, foi destituído por Morales para ser investigado.

Entre as caras novas do Conselho de Ministros, estão Noel Aguirre no Ministério do Planejamento e Pablo Groux no de Culturas.

O líder ressaltou que o processo de mudança começa pelo próprio governo, e por isso ressaltou o caráter plurinacional do novo gabinete, de acordo com a Constituição já vigente.

Morales destacou que se sente "meio presidente", porque continua "aprendendo e entendendo" as necessidades do povo, e disse esperar que as mudanças adotadas "se consolidem para toda a vida".

"Com isso não estou dizendo que Evo deve ficar por toda a vida, como tratam de interpretar", disse o governante, após assinalar que o serviço ao povo "não é eterno, não é vitalício, é temporário".

 

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