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14/01/2003
-
08h27
da Folha de S.Paulo, em Washington
Dois líderes da oposição ao presidente Hugo Chávez pediram ontem aos EUA para excluírem o Brasil de qualquer grupo de países organizado pelo governo americano para ajudar a romper o impasse político na Venezuela.
Os EUA disseram que ainda é cedo para definir os participantes desse grupo, numa indicação clara de que o Brasil não faz necessariamente parte da estratégia americana para solucionar a crise.
Em resposta, o Itamaraty informou que cabe ao secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos),César Gaviria, escolher os países que devem integrar o grupo de apoio e não a um dos lados das disputa pelo poder na Venezuela. Para o Itamaraty, as declarações dos opositores "é uma surpresa".
Estão em Washington Carlos Ortega, presidente da CTV (Confederação dos Trabalhadores da Venezuela), e o deputado Timoteo Zambrano, um dos líderes da Coordenação Democrática, união de grupos de oposição a Chávez.
Em entrevista à imprensa antes de um encontro com funcionários do Departamento de Estado, Zambrano e Ortega disseram que o Brasil e a Colômbia devem ser excluídos do grupo porque fazem fronteira com a Venezuela e, portanto, teriam "interesses geopolíticos que poderiam complicar as decisões que precisam ser feitas."
Indagado sobre o assunto, o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse que os EUA "ainda não tentaram definir os países que fariam parte desse grupo de amigos da Venezuela em apoio a Gaviria".
A resposta vaga de Boucher indica que a relação entre os governos brasileiro e americano não anda tão próspera quanto sugerem alguns diplomatas de ambos os países.
Porém o porta-voz da Presidência do Brasil, André Singer, negou a existência de qualquer disputa entre o Brasil e os EUA.
A idéia da formação de um grupo de amigos da Venezuela foi inicialmente solicitada em dezembro passado por Chávez ao enviado do presidente Lula a Caracas, Marco Aurélio Garcia.
Na sexta-feira, os EUA se apropriaram da idéia ao decidirem intervir nas negociações para solucionar a crise política na Venezuela. Anunciaram, como se fosse dos EUA, a idéia de se formar um "grupo de amigos da Venezuela".
Volta ao trabalho
Líderes da oposição disseram ontem estar considerando pedir a médicos, professores e pequenos comerciantes que retornem ao trabalho. Eles dizem estar preocupados com as consequências para a população da greve geral iniciada no dia 2 de dezembro.
Dois líderes da Coordenação Democrática admitiram que a paralisação pode estar prejudicando os setores de saúde, educação e alimentação. Muitas escolas não reabriram na semana passada, como programado, enquanto funcionários de hospitais que apóiam a greve estão atendendo somente a emergências.
Segundo Enrique Naime, dirigente do grupo opositor, os líderes da paralisação, convocada para pressionar Chávez a aceitar um referendo sobre seu mandato, estão discutindo a possibilidade de pedir aos pequenos comerciantes que voltem a trabalhar, porque muitos deles não podem mais sustentar as perdas com a greve.
William Davila, outro líder da Coordenação Democrática, disse que a indústria alimentícia poderia voltar a funcionar.
Na semana passada, Chávez havia ameaçado tomar as fábricas de alimentos com militares para garantir o abastecimento.
Ao menos duas pessoas ficaram feridas ontem durante um confronto entre simpatizantes de Chávez e membros do partido opositor Copei (social-cristão), que comemorava seu 57º aniversário no centro de Caracas.
Colaborou Sucursal Brasília e agências internacionais
Leia mais no especial Venezuela
Oposição quer Brasil fora de negociação na Venezuela
MARCIO AITHda Folha de S.Paulo, em Washington
Dois líderes da oposição ao presidente Hugo Chávez pediram ontem aos EUA para excluírem o Brasil de qualquer grupo de países organizado pelo governo americano para ajudar a romper o impasse político na Venezuela.
Os EUA disseram que ainda é cedo para definir os participantes desse grupo, numa indicação clara de que o Brasil não faz necessariamente parte da estratégia americana para solucionar a crise.
Em resposta, o Itamaraty informou que cabe ao secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos),César Gaviria, escolher os países que devem integrar o grupo de apoio e não a um dos lados das disputa pelo poder na Venezuela. Para o Itamaraty, as declarações dos opositores "é uma surpresa".
Estão em Washington Carlos Ortega, presidente da CTV (Confederação dos Trabalhadores da Venezuela), e o deputado Timoteo Zambrano, um dos líderes da Coordenação Democrática, união de grupos de oposição a Chávez.
Em entrevista à imprensa antes de um encontro com funcionários do Departamento de Estado, Zambrano e Ortega disseram que o Brasil e a Colômbia devem ser excluídos do grupo porque fazem fronteira com a Venezuela e, portanto, teriam "interesses geopolíticos que poderiam complicar as decisões que precisam ser feitas."
Indagado sobre o assunto, o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse que os EUA "ainda não tentaram definir os países que fariam parte desse grupo de amigos da Venezuela em apoio a Gaviria".
A resposta vaga de Boucher indica que a relação entre os governos brasileiro e americano não anda tão próspera quanto sugerem alguns diplomatas de ambos os países.
Porém o porta-voz da Presidência do Brasil, André Singer, negou a existência de qualquer disputa entre o Brasil e os EUA.
A idéia da formação de um grupo de amigos da Venezuela foi inicialmente solicitada em dezembro passado por Chávez ao enviado do presidente Lula a Caracas, Marco Aurélio Garcia.
Na sexta-feira, os EUA se apropriaram da idéia ao decidirem intervir nas negociações para solucionar a crise política na Venezuela. Anunciaram, como se fosse dos EUA, a idéia de se formar um "grupo de amigos da Venezuela".
Volta ao trabalho
Líderes da oposição disseram ontem estar considerando pedir a médicos, professores e pequenos comerciantes que retornem ao trabalho. Eles dizem estar preocupados com as consequências para a população da greve geral iniciada no dia 2 de dezembro.
Dois líderes da Coordenação Democrática admitiram que a paralisação pode estar prejudicando os setores de saúde, educação e alimentação. Muitas escolas não reabriram na semana passada, como programado, enquanto funcionários de hospitais que apóiam a greve estão atendendo somente a emergências.
Segundo Enrique Naime, dirigente do grupo opositor, os líderes da paralisação, convocada para pressionar Chávez a aceitar um referendo sobre seu mandato, estão discutindo a possibilidade de pedir aos pequenos comerciantes que voltem a trabalhar, porque muitos deles não podem mais sustentar as perdas com a greve.
William Davila, outro líder da Coordenação Democrática, disse que a indústria alimentícia poderia voltar a funcionar.
Na semana passada, Chávez havia ameaçado tomar as fábricas de alimentos com militares para garantir o abastecimento.
Ao menos duas pessoas ficaram feridas ontem durante um confronto entre simpatizantes de Chávez e membros do partido opositor Copei (social-cristão), que comemorava seu 57º aniversário no centro de Caracas.
Colaborou Sucursal Brasília e agências internacionais
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