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15/01/2003 - 16h15

Oposição venezuelana expõe em NY estratégia para acabar com crise

da France Presse, em Nova York

A oposição venezuelana expôs hoje em Nova York (EUA) sua estratégia para acabar com a crise política no país, durante reunião com investidores, marcada por discussões com simpatizantes do presidente Hugo Chávez.

Carlos Fernández, presidente da Fedecámaras, Carlos Ortega, presidente da Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV) e o deputado de oposição Timoteo Zambrano denunciaram que Chávez está levando o "caos" à Venezuela, enquanto um pequeno grupo de chavistas os acusou de desejarem "vender a pátria".

"Aqui estão, eles são os que roubam a Nação", gritavam os simpatizantes de Chávez, chamando os integrantes da oposição de "oligarcas".

A sala onde foi realizada a reunião, pertencente ao Conselho das Américas, uma organização privada destinada a promover o interesse empresarial pela América Latina, estava lotada, principalmente por opositores.

"A Venezuela é uma sociedade fraturada", afirmou Fernández aos investidores presentes na sala, acrescentando que apenas 25% da população apóia Chávez.

Para o vice-presidente da empresa J.P. Morgan, o que aconteceu durante a reunião foi "um reflexo da divisão dos venezuelanos". "Chávez tem partidários dentro e fora do país, e o que aconteceu aqui confirma esse fato".

Os dirigentes opositores apresentaram sua estratégia, afirmando que a mesa de negociação mediada pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), César Gaviria, é caminho para "uma saída democrática à crise de governabilidade".

Porém, destacou Zambrano, a oposição "não vai abandonar as ruas", em referência aos protestos que acompanham a greve nacional, que já dura 45 dias.

A oposição venezuelana, no entanto, não conseguiu convencer os investidores e analistas. "Não ouvimos nada de novo. Ainda permanecem as perguntas sobre o que aconteceria depois de Chávez", disse o economista Javier Murcio.

Os opositores destacaram que o problema da Venezuela, quinto país produtor de petróleo no mundo, está afetando todo o planeta. Eles também pediram à comunidade internacional que pressione o governo, para que Chávez aceite um acordo para acabar com a crise.

Zambrano declarou que "o problema do petróleo concentra o debate de duas visões de país". A visão de Chávez é "excludente e autocrática", enquanto a da oposição é "democrática e pacífica".

Para Chávez, acrescentou, "o petróleo é uma arma política contra a comunidade internacional, mas para a oposição o petróleo é uma arma de desenvolvimento".

A oposição, que na segunda-feira (12) se reuniu com funcionários do departamento de Estado norte-americano, havia anunciado em Caracas que também se encontraria com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

No entanto, a organização informou que não está prevista nenhuma reunião com os líderes opositores, e confirmou que Annan receberá o presidente Chávez amanhã na na sede das Nações Unidas.
 

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