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17/01/2003
-
07h59
O chefe dos inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas), Hans Blix, declarou hoje que sua equipe ainda não tem certeza de que o Iraque descartou suas armas proibidas e pediu que Bagdá demonstre que todas as armas químicas e biológicas foram extintas.
"Ainda não há confiança, não há certeza de que todas as armas químicas e biológicas e mísseis e equipamentos foram banidos. Acima de tudo, é necessário que o Iraque demonstre que que tudo foi descartado", afirmou Blix.
"Estamos neste momento em uma situação muito tensa", disse Blix.
Blix e seu colega Mohamed El Baradei foram a Paris para relatar ao presidente francês, Jacques Chirac sobre o trabalho de sua equipe no Iraque dez dias antes de entregar um relatório ao Conselho de Segurança da ONU.
Os inspetores de armas da ONU no Iraque disseram ontem que haviam encontrado 11 ogivas químicas vazias.
Blix declarou que deseja "ter mais explicações" de Bagdá sobre as ogivas químicas encontradas ontem e reiterou que os inspetores da ONU têm "necessidade de uma atitude mais sincera, de uma cooperação mais completa do Iraque".
Chirac pediu que o Iraque "dê provas indiscutíveis de uma cooperação ativa" com os inspetores da ONU, mas pediu mais tempo para as inspeções.
Reservadamente, uma autoridade norte-americana disse que a descoberta das ogivas vazias não representa um motivo para o início da guerra -para isso, segundo ele, seria necessário encontrar todo um estoque de agentes químicos. O general iraquiano Hussam Mohammad Amin, principal oficial de ligação com os inspetores, chamou a descoberta de "tempestade numa xícara de chá".
Segundo Amin, as caixas das ogivas vazias constavam da declaração de armas entregue no mês passado pelo Iraque à ONU. "Esses foguetes estão fora do prazo de validade. Eles estavam em caixas fechadas, de madeira, as quais tínhamos esquecido."
Não se sabe se alguma vez as ogivas estiveram carregadas com armas químicas. Os inspetores levaram amostras para exames.
As inspeções de armas no Iraque foram iniciadas logo após a Guerra do Golfo, mas suspensas há quatro anos. Retomadas em novembro, elas agora podem provocar uma guerra, caso provem a acusação norte-americana de que Saddam tem armas de destruição em massa.
A ONU disse que as ogivas vazias foram achadas em bunkers construídos no final da década de 1990 na área de Ukhaider, 120 km ao sul de Bagdá. Uma 12ª ogiva encontrada no local ainda precisa ser examinada mais atentamente, segundo um porta-voz dos inspetores.
"As ogivas estavam em excelente condição e eram similares àquelas importadas pelo Iraque no final da década de 1980. A equipe de inspetores usou um equipamento portátil de raios-X para análises preliminares de uma delas e recolheu amostras para exames químicos", disse o porta-voz Hiro Ueki.
A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, enviou o vice-chanceler Alexander Saltanov a Bagdá, em mais uma tentativa de evitar a guerra.
A Casa Branca diz que o governo ainda não tomou nenhuma decisão, mas que 27 de janeiro, quando os inspetores apresentam um relatório à ONU, será "uma data importante". "Depois disso, os fatos ditarão o cronograma", afirmou o porta-voz Ari Fleischer.
Blix disse ter "quase certeza" de que os diplomatas da ONU vão pedir um novo relatório para fevereiro. Mas o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, alertou que o tempo para os inspetores "não é muito longo".
Com agências internacionais
Leia mais no especial Iraque
Inspetores dizem não saber se Iraque descartou armas proibidas
da Folha OnlineO chefe dos inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas), Hans Blix, declarou hoje que sua equipe ainda não tem certeza de que o Iraque descartou suas armas proibidas e pediu que Bagdá demonstre que todas as armas químicas e biológicas foram extintas.
"Ainda não há confiança, não há certeza de que todas as armas químicas e biológicas e mísseis e equipamentos foram banidos. Acima de tudo, é necessário que o Iraque demonstre que que tudo foi descartado", afirmou Blix.
Reuters - 20.nov.2002 |
Hans Blix, chefe dos inspetores de armas da ONU |
Blix e seu colega Mohamed El Baradei foram a Paris para relatar ao presidente francês, Jacques Chirac sobre o trabalho de sua equipe no Iraque dez dias antes de entregar um relatório ao Conselho de Segurança da ONU.
Os inspetores de armas da ONU no Iraque disseram ontem que haviam encontrado 11 ogivas químicas vazias.
Blix declarou que deseja "ter mais explicações" de Bagdá sobre as ogivas químicas encontradas ontem e reiterou que os inspetores da ONU têm "necessidade de uma atitude mais sincera, de uma cooperação mais completa do Iraque".
Chirac pediu que o Iraque "dê provas indiscutíveis de uma cooperação ativa" com os inspetores da ONU, mas pediu mais tempo para as inspeções.
Reservadamente, uma autoridade norte-americana disse que a descoberta das ogivas vazias não representa um motivo para o início da guerra -para isso, segundo ele, seria necessário encontrar todo um estoque de agentes químicos. O general iraquiano Hussam Mohammad Amin, principal oficial de ligação com os inspetores, chamou a descoberta de "tempestade numa xícara de chá".
Segundo Amin, as caixas das ogivas vazias constavam da declaração de armas entregue no mês passado pelo Iraque à ONU. "Esses foguetes estão fora do prazo de validade. Eles estavam em caixas fechadas, de madeira, as quais tínhamos esquecido."
Não se sabe se alguma vez as ogivas estiveram carregadas com armas químicas. Os inspetores levaram amostras para exames.
As inspeções de armas no Iraque foram iniciadas logo após a Guerra do Golfo, mas suspensas há quatro anos. Retomadas em novembro, elas agora podem provocar uma guerra, caso provem a acusação norte-americana de que Saddam tem armas de destruição em massa.
A ONU disse que as ogivas vazias foram achadas em bunkers construídos no final da década de 1990 na área de Ukhaider, 120 km ao sul de Bagdá. Uma 12ª ogiva encontrada no local ainda precisa ser examinada mais atentamente, segundo um porta-voz dos inspetores.
"As ogivas estavam em excelente condição e eram similares àquelas importadas pelo Iraque no final da década de 1980. A equipe de inspetores usou um equipamento portátil de raios-X para análises preliminares de uma delas e recolheu amostras para exames químicos", disse o porta-voz Hiro Ueki.
A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, enviou o vice-chanceler Alexander Saltanov a Bagdá, em mais uma tentativa de evitar a guerra.
A Casa Branca diz que o governo ainda não tomou nenhuma decisão, mas que 27 de janeiro, quando os inspetores apresentam um relatório à ONU, será "uma data importante". "Depois disso, os fatos ditarão o cronograma", afirmou o porta-voz Ari Fleischer.
Blix disse ter "quase certeza" de que os diplomatas da ONU vão pedir um novo relatório para fevereiro. Mas o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, alertou que o tempo para os inspetores "não é muito longo".
Com agências internacionais
Leia mais no especial Iraque
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