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17/02/2009 - 10h46

Israel promove guerra secreta dentro do Irã, diz jornal inglês

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da Folha Online

Israel está envolvido em uma guerra secreta de sabotagem dentro do Irã, na tentativa de retardar o desenvolvimento de armas nucleares na república islâmica, afirmou nesta terça-feira o jornal britânico "Daily Telegraph".

Citando fontes de inteligência e um ex-agente da CIA (Central de Inteligência Americana), não identificado, o jornal disse que a estratégia de "decapitação" de Israel teve como alvos membros do controverso programa nuclear do Irã.

Ainda segundo o jornal, o programa foi incrementado com a eleição do presidente Barack Obama nos Estados Unidos, que adotou uma linha mais diplomática em relação ao Irã. O seu antecessor, George W. Bush, apoiava as ameaças militares para tentar conter as ambições militares e nucleares de Teerã.

Israel, os EUA e boa parte das potências do Ocidente acusam Teerã de desenvolver armas nucleares, o Irã nega. Segundo Teerã, o programa nuclear serve apenas para a geração de eletricidade, com fins civis.

O ex-agente da CIA informou ao jornal que a estratégia visa justamente retardar o avanço do programa nuclear, sem que os iranianos percebam. Assim, os EUA e Israel conseguiriam adiar o "problema" até que haja outra solução melhor que um enfrentamento militar de riscos incalculáveis.

Mark Regev, porta-voz do governo de Israel, disse que não comentaria a notícia.

Prova

Como prova da suposta estratégia israelense, observadores citam fatos como a morte de Ardeshire Hassanpour, cientista nuclear da usina de urânio de Isfahan, que morreu em 2007 em sua casa, vítima de uma aparente intoxicação por gás.

Meir Javendafar, especialista em Irã no Meepas, um grupo de análise do Oriente Médio, disse que também há relatos de que o Irã adquire equipamentos nucleares defeituosos no mercado internacional, e que há tentativas de Israel de sabotar o fornecimento de eletricidade para a usina de enriquecimento de urânio de Natanz (centro do Irã).

"Acho que há uma sabotagem em curso, é uma manobra lógica e faz sentido no jogo que é parte da luta geral para prejudicar as ambições nucleares do Irã", disse ele à agência de notícias Reuters, em Londres. "Na ausência de uma solução diplomática para resolver este problema, e da inviabilidade de uma guerra agora, essa é a melhor solução."

Ele disse ainda que há sinais de que muitos outros países além de Israel estariam envolvidos nas infiltrações no Irã, mas sugeriu que grande parte da atividade relatada tem mais a ver com uma guerra psicológica do que com uma real sabotagem.

"Numerosas agências de inteligência estão dando o melhor de si nisso. Não só Israel, mas os norte-americanos e muitas agências europeias de espionagem --há até mesmo relatos de que países neutros, como a Holanda, teriam se envolvido."

Se for verdade, alerta, "isso está colocando uma pressão técnica sobre o programa iraniano". "Se não for verdade, então é apenas parte de um conflito psicológico. Mas, mesmo que não seja verdade, é parte do que é uma enorme guerra psicológica contra o programa nuclear do Irã (...). Sai muito mais barato do que sabotar equipamentos dentro do Irã."

Com Reuters

 

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