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20/01/2003 - 07h35

Ministro iraquiano desmente possibilidade de exílio para Saddam

da Folha Online

O ministro de Informação iraquiano, Mohammad Said al-Sahhaf, desmentiu categoricamente, na noite de ontem, em Cartum (Sudão), a possibilidade de o presidente do Iraque, Saddam Hussein, partir para o exílio.

"As informações sobre a partida de Bagda do presidente Saddam são simplesmente estúpidas", afirmou o ministro à imprensa, após um encontro com o presidente sudanês, Omar Bashir.

Os secretários norte-americanos de Estado (Colin Powell) e da Defesa (Donald Rumsfeld), deram a entender, ontem, que o exílio do presidente iraquiano permitiria evitar uma guerra contra o Iraque, afirmações que excluíam ainda o julgamento criminal contra Saddam, no caso de ele se retirar do país.

Também ontem, o inspetor-chefe de armas da ONU (Organização das Nações Unidas), Hans Blix, afirmou que uma guerra motivada pelas supostas armas de destruição em massa do Iraque não era inevitável, mas que o país deveria oferecer mais cooperação e informações adicionais.

"Não achamos que a guerra é inevitável. Acreditamos que o processo de inspeção que estamos conduzindo é uma alternativa pacífica e requer uma cooperação bastante ativa do Iraque", disse Blix pouco depois de chegar a Bagdá com o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) , Mohamed ElBaradei, para conversas cruciais com autoridades iraquianas.

ElBaradei declarou a repórteres que o momento da visita era muito importante. Blix e ElBaradei entregarão uma relatório ao Conselho de Segurança da ONU em 27 de janeiro a respeito da posição do Iraque sobre uma resolução do órgão.

O documento pode ser chave para qualquer decisão dos Estados Unidos sobre uma invasão ao país. "Queremos ver o trabalho das inspeções funcionar. Precisamos de mais informação", declarou ElBaradei.

Crise
Os EUA afirmam ter "provas substanciais", incluindo dados não divulgados, de que o Iraque manteve e até acelerou seus programas de armas de destruição em massa, em desacordo com determinações das ONU.

No dia 27 de novembro, os inspetores de armas da ONU voltaram ao Iraque e retomaram os trabalhos de inspeção de armas de destruição em massa no país.

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam o Iraque de ter um arsenal de armas químicas e biológicas que vai contra as determinações da ONU (Organização das Nações Unidas), e de estar construindo instalações para fabricar mais armamentos. Ademais, Saddam é acusado pelos dois países de ter fortes relações com grupos terroristas que são capazes de utilizar "armas de destruição em massa". Bagdá nega as acusações.

O desarmamento dos arsenais de destruição em massa e mísseis iraquianos foi determinado pela ONU após a Guerra do Golfo (1991) como uma punição ao Iraque, que invadiu o Kuait em 1990.

Entre 1991 e 1998, a Comissão Especial da ONU para o Desarmamento do Iraque visitou dezenas de locais e destruiu grande quantidade de armas. Washington e Londres dizem que o país continua tentando fabricar uma bomba atômica e seria capaz de disparar mísseis com ogivas químicas e nucleares 45 minutos após dadas as ordens. Bagdá também nega ter esses armamentos.

No dia 13 de novembro, o Iraque aceitou de forma incondicional a nova resolução da ONU, chamada de resolução 1.441, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança no dia 8 de novembro.

A resolução determinou a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares -inclusive os palácios do governo iraquiano. Caso contrário, o Iraque enfrentará "sérias consequências". O grupo de trabalho possui 270 inspetores, de 48 países. Estarão trabalhando cem de cada vez.

No dia 21 de fevereiro de 2003 os inspetores de armas devem entregar ao Conselho de Segurança da ONU um relatório final sobre sobre a situação de armamento do Iraque.

Com agências internacionais

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