Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/01/2003 - 23h31

Confrontos deixam um morto e 28 feridos na Venezuela

da Folha Online

Uma pessoa foi morta e 28 ficaram feridas em troca de tiros hoje durante conflitos nas ruas da Venezuela. O incidente ocorreu na cidade de Valles del Tuy, no Estado de Miranda, cerca de 40 km a oeste da capital Caracas.

A oposição, em greve geral há 50 dias, havia convocado hoje uma jornada de manifestações em Valles del Tuy, formado por grandes cinturões de miséria e considerado um bastião chavista.

Os chavistas foram até o local em que se concentravam os opositores para a passeata, desatando o confronto com pedras, garrafas e disparos.

Imagens da televisão local mostraram um homem disparando contra a multidão com uma pistola de cima do teto de um jipe. Opositores e simpatizantes de Chávez trocam acusações sobre o início da violência.

"Aumentou para 28 o número de feridos, e dos 28 há 17 que estão em estado grave", disse Edith García, funcionária da Proteção Civil, afirmando que pelo menos 24 pessoas foram feridas a balas. O morto foi identificado como Carlos García Arrieta, 28.

Retirada policial
Os policiais, que foram vistos no início da manifestação, desapareceram quando começou o confronto.

O governador de Miranda, Enrique Mendoza, confirmou que ordenou a "retirada completa" da polícia durante o confronto entre chavistas e opositores para que os policiais não fossem considerados culpados pelos atos violentos.

Segundo a edição de hoje do jornal "El Universal", a violência política na Venezuela deixou 47 mortos e centenas de feridos entre março de 2002 e a primeira quinzena de 2003.

O conflito político na Venezuela intensificou-se e os confrontos nas ruas têm sido frequentes desde o início da greve em 2 de dezembro, convocada para pressionar a renúncia de Chávez e novas eleições no quinto maior exportador mundial de petróleo.

Hoje o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter participou de uma sessão da mesa de negociações entre governo e oposição venezuelanos, que é mediada por Cesar Gaviria secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos). A mesa tem como objetivo encontrar uma saída para a crise na Venezuela.

Negociação
As negociações entre Chávez e seus adversários esfriaram no fim de semana, depois de o presidente ter ameaçado cancelar as conversações, mesmo com o apoio da comunidade internacional à mediação da OEA.

Os problemas nas negociações são a data das eleições e o fim da greve da oposição, que cortou a produção de petróleo e provocou cortes no fornecimento de alimentos e combustíveis no quinto maior exportador de petróleo do mundo.

Chávez foi eleito em 1998, seis anos depois de ter liderado uma tentativa de golpe de Estado. Ele é acusado pela oposição de ser corrupto e ditador.

O Grupo de Amigos da Venezuela, formado por Brasil, Chile, Estados Unidos, México, Espanha e Portugal, terá na sexta-feira (24) sua primeira reunião em Washington. O grupo, uma iniciativa brasileira, foi composto oficialmente na semana passada com o objetivo de ajudar na até agora infrutífera tentativa de negociação entre a oposição e o governo feita em Caracas por Gaviria.

Kofi Annan, secretário-geral da ONU, pretende enviar um representante para a Venezuela para participar da iniciativa do "grupo de amigos". Chávez quer que outros países, como Rússia, Cuba e França, também participem.

Com agências internacionais

Leia mais no especial Venezuela

Leia mais notícias de Mundo

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade