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29/01/2003 - 16h42

Sharon quer formar governo de centro e deve se reunir com Mubarak

da France Presse, em Jerusalém

O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, que manifestou sua vontade de realizar um governo de centro, à frente de uma coalizão de união nacional, depois de sua vitória nas eleições de terça-feira, deve se reunir em breve com o presidente egípcio Hosni Mubarak.

"Será a primeira reunião de Sharon com um dirigente árabe desde que assumiu o cargo, em 7 de março de 2001", informou hoje o porta-voz do primeiro-ministro israelense, Raanan Gissin.

Segundo a presidência do Conselho em Jerusalém, Mubarak e Sharon concordaram, durante uma conversa telefônica por iniciativa do presidente egípcio, em se reunir, em local não divulgado, após a formação do novo governo israelense.

Sharon e Mubarak também concordaram que "é preciso reiniciar o processo de paz", declarou um porta-voz do governo.

O Egito foi o primeiro país árabe a assinar um acordo de paz com Israel, em 1979, e trabalha para desempenhar o papel de mediador do conflito israelo-palestino.
O partido de Sharon, Likud, venceu com folga as eleições israelenses e praticamente dobrou sua representação no Parlamento, onde terá 37 deputados, contra os 19 atuais.

Com o apoio dos partidos religiosos e de extrema-direita, Sharon teria uma maioria de 67 deputados sobre um total de 120. Porém, ao mesmo tempo correria o risco de forte instabilidade política e de um clima de tensão com os Estados Unidos.

Sharon disse que está pronto para analisar, "depois do fim do terrorismo", a possibilidade de criação de um Estado Palestino desmilitarizado. Este projeto, acrescentou o primeiro-ministro, "está na mesma direção" da proposta do presidente norte-americano, George W. Bush, de criação por etapas de um Estado Palestino até 2005.

Porém, os partidos da direita religiosa e da extrema-direita nacionalista aderiram ao conceito de "Eretz Israel" (Israel das fronteiras bíblicas) e não aceitam a hipótese de criação de um Estado Palestino.

A intenção de Sharon é formar um governo de união nacional, mas o líder trabalhista Amram Mitzna, cujo partido sofreu uma derrota histórica com a redução de 25 para 19 deputados, descartou a possibilidade de se unir a um gabinete desse tipo.

A chave para o progresso da coalizão pode estar nas mãos do partido laico Shinui, que se tornou a terceira força política do país com 16 deputados, contra seis no atual Parlamento.

Em uma mudança de discurso, o líder do Shinui, Yossef (Tommy) Lapid, afirmou que aceitaria integrar "por tempo limitado" um eventual "gabinete de emergência nacional" ao lado do Shass ultra-ortodoxo, seu inimigo declarado.

Segundo a legislação do país, Sharon tem 28 dias para formar um governo, mas pode pedir uma prorrogação de 14 dias.

Sem ilusões, o dirigente palestino Saeb Erakat advertiu que "as coisas vão piorar, o processo de paz será congelado e a situação vai se deteriorar cada vez mais".

Na faixa de Gaza, um adolescente palestino morreu hoje ao ser atingido por tiros de metralhadora de um tanque israelense no acampamento de refugiados de Jabalya. Com sua morte, chega a 2.911 o número de vítimas fatais desde o início da segunda Intifada (revolta palestina contra a ocupação israelense), em setembro de 2000, entre eles 2.168 palestinos e 687 israelenses.

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