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31/01/2003 - 16h52

Grupo curdo pode fazer parte das provas dos EUA contra o Iraque

da France Presse, em Suleimaniya (Iraque)

O pequeno grupo curdo de extremistas Ansar al Islam (Partidários do Islamismo, em árabe) poderá servir de prova para os Estados Unidos na próxima semana, quando apresentar as evidências que diz possuir dos vínculos entre Saddam Hussein e a rede terrorista Al Qaeda.

Mas o suposto chefe do grupo, Mulá Krekar, afirmou hoje em Oslo (Noruega), onde vive desde 1991, que não tinha qualquer ligação com Saddam Hussein, a rede Al Qaeda e Osama bin Laden.

O secretário de Estado americano, Colin Powell, ficou de apresentar as provas no dia 5 de fevereiro ao Conselho de Segurança da ONU, junto com outras referências ao programa de armas de destruição em massa do Iraque.

Segundo o líder da União Patriótica do Curdistão (UPK), os norte-americanos prestam "especial atenção" há vários meses ao enclave controlado pelo Ansar al Islam no Curdistão iraquiano.

A UPK, que administra o sudeste do Curdistão iraquiano, com exceção desse enclave, considera que o Ansar al Islam faz a ligação entre Bagdá e a organização terrorista de Osama bin Laden.

"Ansar al Islam é o elemento de ligação entre Saddam Hussein e Osama bin Laden", afirma um combatente da UPK, Ramazan Dikoni. "Possui combatentes árabes procedentes da Síria, do Líbano, da Jordânia e do Kuait, que fugiram do Afeganistão quando os norte-americanos atacaram o país, no final de 2001, e vínculos com Saddam".

Os homens de Ansar al Islam controlam uma pequena porção de território entre a cidade de Halabja (dominada pela UPK) e a fronteira iraniana, onde impuseram as regras da charia, a lei islâmica, e enfrentam com frequência as forças da UPK, que é laica.

Segundo dirigentes da UPK, as confissões feitas por prisioneiros, membros do grupo, reforçam as suposições dos Estados Unidos.

Eles dizem que um tal Mansur Shahan Ali, capturado pelas forças da UPK, assegurou que transportou material fornecido pelos serviços secretos iraquianos à rede Al Qaeda no Afeganistão e, em especial, máquinas refrigeradoras que continham um misterioso líquido.

Outro prisioneiro de Suleimaniya (Iraque), que afirma ser um agente dos serviços secretos iraquianos, deu aos americanos muita informação sobre os esforços de Bagdá para reforçar o grupo fundamentalista, acrescentam os dirigentes da UPK.

A UPK diz também que Ansar al Islam fez experiências em animais com produtos químicos mortais, como a ricina, tal como funcionários norte-americanos denunciaram em agosto de 2002.

Para Barham Salih, "primeiro-ministro" da zona dominada pela UPK, esse pequeno grupo foi formado pela Al Qaeda antes dos atentados de 11 de setembro de 2002 com o objetivo de garantir uma base no Afeganistão, mas também conta com o apoio de Bagdá. O Iraque o utiliza para desestabilizar o Curdistão, depois que perdeu o controle sobre a região, no final da guerra do Golfo (1991).

Vários meios de comunicação anglo-saxões consideram Ansar al Islam um dos mais importantes elementos do discurso de Powell no dia 5 de fevereiro.

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