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03/02/2003
-
14h27
Entre as possibilidades analisadas ante a eventualidade de uma guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, especialistas citam o incêndio dos poços de petróleo por parte do governo iraquiano.
A possibilidade, que seria uma reedição do que o Iraque fez há 12 anos no Kuait, levou Washington a planejar uma intervenção rápida para controlar as jazidas de petróleo iraquianas logo no início do conflito.
Fontes militares americanas afirmam que receberam relatórios "confiáveis" que destacam que Bagdá já começou a minar seus poços para incendiá-los.
Alguns membros da oposição iraquiana e importantes autoridades do Oriente Médio fizeram as mesmas afirmações, mas sob anonimato.
Bagdá não confirma nem desmente as informações, mas o filho mais velho do presidente Saddam Hussein, Udai, já avisou que o Iraque não permitirá que os Estados Unidos controlem suas reservas de combustível, a segunda do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita.
A publicação britânica "Gulf States Newsletter" interpretou a declaração como uma indicação de que Saddam Hussein se preparava para "uma opção 'Sansão do petróleo': se caio, levo o petróleo comigo".
Por outro lado, a Middle East Economic Survey (Mees) se mostra mais contemporizadora.
Acredita que as instalações de petróleo do Iraque funcionam e são visitadas regularmente por observadores da ONU (Organização das Nações Unidas) enviados para viabilizar o programa "petróleo por comida", além dos especialistas em desarmamento.
Por isso, estes observadores teriam condições de registrar eventuais operações para minar os poços de petróleo, segundo a publicação, que também lembra que empresas russas, do Leste Europeu e turcas trabalham no âmbito do petróleo iraquiano.
A Mees também calcula que 2.000 poços de petróleo do Iraque estão localizados perto de centros urbanos, como os de Basra (sul), Kirkuk (norte) e Bagdá.
Em 1991, o Exército iraquiano incendiou 750 poços kuaitianos um pouco antes do início da ofensiva aérea da coalizão comandada pelos Estados Unidos para libertar o Kuait. Além disso, o país despejou petróleo nas águas do golfo Pérsico, o que provocou uma maré negra.
As companhias especializadas precisaram de nove meses para apagar a maioria dos incêndios, que custaram ao Kuait 3% de suas reservas de petróleo e dezenas de milhões de dólares.
Para Naji Abi Aad, diretor da empresa libanesa Econergy, que presta assessoria no setor de petróleo, caso Saddam Hussein ordene atos de tal natureza os mesmos "seriam pura vingança" e não teriam grande valor militar.
No caso de incêndios nos poços iraquianos de petróleo, os danos ecológicos seriam grandes, mas difíceis de calcular. Tudo dependeria do local de cada poço, sua pressão, natureza e conteúdo em gás, segundo os especialistas.
Porém, o que os analistas mais temem é que o combustível seja despejado nos rios Tigre e Eufrates, o que afetaria por muito tempo a água, a vegetação, a fauna e a flora, a agricultura e o gado da região.
Especial
Saiba mais sobre a crise EUA-Iraque
Especialistas temem que Iraque incendeie poços de petróleo
da France Presse, no CairoEntre as possibilidades analisadas ante a eventualidade de uma guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, especialistas citam o incêndio dos poços de petróleo por parte do governo iraquiano.
A possibilidade, que seria uma reedição do que o Iraque fez há 12 anos no Kuait, levou Washington a planejar uma intervenção rápida para controlar as jazidas de petróleo iraquianas logo no início do conflito.
Fontes militares americanas afirmam que receberam relatórios "confiáveis" que destacam que Bagdá já começou a minar seus poços para incendiá-los.
Alguns membros da oposição iraquiana e importantes autoridades do Oriente Médio fizeram as mesmas afirmações, mas sob anonimato.
Bagdá não confirma nem desmente as informações, mas o filho mais velho do presidente Saddam Hussein, Udai, já avisou que o Iraque não permitirá que os Estados Unidos controlem suas reservas de combustível, a segunda do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita.
A publicação britânica "Gulf States Newsletter" interpretou a declaração como uma indicação de que Saddam Hussein se preparava para "uma opção 'Sansão do petróleo': se caio, levo o petróleo comigo".
Por outro lado, a Middle East Economic Survey (Mees) se mostra mais contemporizadora.
Acredita que as instalações de petróleo do Iraque funcionam e são visitadas regularmente por observadores da ONU (Organização das Nações Unidas) enviados para viabilizar o programa "petróleo por comida", além dos especialistas em desarmamento.
Por isso, estes observadores teriam condições de registrar eventuais operações para minar os poços de petróleo, segundo a publicação, que também lembra que empresas russas, do Leste Europeu e turcas trabalham no âmbito do petróleo iraquiano.
A Mees também calcula que 2.000 poços de petróleo do Iraque estão localizados perto de centros urbanos, como os de Basra (sul), Kirkuk (norte) e Bagdá.
Em 1991, o Exército iraquiano incendiou 750 poços kuaitianos um pouco antes do início da ofensiva aérea da coalizão comandada pelos Estados Unidos para libertar o Kuait. Além disso, o país despejou petróleo nas águas do golfo Pérsico, o que provocou uma maré negra.
As companhias especializadas precisaram de nove meses para apagar a maioria dos incêndios, que custaram ao Kuait 3% de suas reservas de petróleo e dezenas de milhões de dólares.
Para Naji Abi Aad, diretor da empresa libanesa Econergy, que presta assessoria no setor de petróleo, caso Saddam Hussein ordene atos de tal natureza os mesmos "seriam pura vingança" e não teriam grande valor militar.
No caso de incêndios nos poços iraquianos de petróleo, os danos ecológicos seriam grandes, mas difíceis de calcular. Tudo dependeria do local de cada poço, sua pressão, natureza e conteúdo em gás, segundo os especialistas.
Porém, o que os analistas mais temem é que o combustível seja despejado nos rios Tigre e Eufrates, o que afetaria por muito tempo a água, a vegetação, a fauna e a flora, a agricultura e o gado da região.
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