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08/02/2003 - 06h24

Explosão de carro-bomba mata 20 pessoas em Bogotá

da France Presse, em Bogotá

Bogotá foi atingida ontem pela explosão de um carro-bomba atribuída pela procuradoria de segurança à guerrilha Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O atentado destruiu um clube frequentado por políticos e empresários em pleno coração financeiro da cidade e deixou um saldo parcial de 20 mortos e mais de cem feridos.

A explosão ocorreu às 20h15 (23h15 horário de Brasília) no clube El Nogal, localizado a poucos metros da Embaixada do Peru e das residências dos embaixadores da Espanha e da Itália.

"Infelizmente há mais pessoas mortas", declarou o prefeito de Bogotá, Antanas Mockus, descartando que a tragédia tenha sido causada pela explosão de uma caldeira. O prefeito indicou que se tratou de um atentado em que foram usados mais de 200 kg de dinamite.

"Devido à cratera causada pela explosão no estacionamento, o mais provável é que os explosivos tenham sido levados em um veículo", explicou.

Reuters
Bombeiros lutam para apagar fogo causado por explosão de carro-bomba em Bogotá; incidente deixou 20 mortos


Uma fonte da segurança presente no local confirmou que a explosão foi causada por um carro-bomba.

Germán Camacho, diretor da unidade antiterrorista da Procuradoria Geral acusou as Farc de ser o autor do atentado, apesar de até agora nenhum grupo ter reivindicado o ataque.

O prefeito ofereceu uma recompensa equivalente a US$ 165 mil para informações que levem ao autor do atentado.

A explosão causou um gigantesco incêndio, que foi controlado horas depois e causou danos no prédio e várias construções vizinhas, assim como veículos que transitavam pela sétima avenida, uma das mais importantes da cidade, acrescentou o informe das autoridades.

Cerca de cem veículos que estavam nas proximidades do local da explosão também foram destruídos.

Depois da explosão, a polícia, o Exército e várias unidades da defesa civil armaram uma gigantesca operação de socorro em meio a uma grande quantidade de escombros, especialmente porque o edifício de nove andares perdeu parte de sua fachada.

Por volta da meia-noite local (1h de Brasília), o local da tragédia foi visitado pelo presidente Álvaro Uribe, que, ao lamentar o fato, pediu à comunidade internacional um apoio mais decidido à Colômbia.

"Precisamos que, como está sendo feita nas Nações Unidas uma discussão sobre o caso do Iraque, o mundo tome a decisão de ajudar a Colômbia. Necessitamos da tecnologia dos países democráticos, seus recursos técnicos, financeiros, seus sistemas de transporte para que ajudem nossa força pública para derrotar os terroristas", declarou Uribe.

Por sua parte, o promotor-geral, Luis Camilo Osorio, assinalou que "isto é parte da escalada de terrorismo, é puro terrorismo, simples e covarde. Ainda não se sabe o número de vítimas".



"O que aconteceu foi espantoso, foi horrível", disse à imprensa uma mulher que se encontrava no prédio no momento da explosão.

"Senti o impacto, estou tentando localizar meus companheiros de trabalham que sumiram. Havia muita gente dentro do clube porque é sexta-feira, e há muita gente que ficou presa nos elevadores", contou um dos funcionários do clube.

"Há várias pessoas que estão presas em alguns andares e sob os escombros", disse outra testemunha.

O Clube El Nogal está associado à figura do ministro do Interior, Fernando Londoño, uma vez que foi presidente da instituição até agosto passado, quando foi nomeado para o gabinete de Álvaro Uribe.

As Farc, que contam com 17 mil homens, são a principal força do conflito que dura 38 anos e causa a morte de milhares de civis anualmente.

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, no cargo desde 7 de agosto, prometeu dobrar o número de soldados profissionais para 100 mil e acrescentar US$ 1 bilhão aos gastos com a defesa para encurralar os rebeldes.

Os rebeldes marxistas lutam pela redistribuição de terras e uma reforma socialista, usando dinheiro conseguido com sequestros e o tráfico de cocaína.

Com agências internacionais

Veja galeria de fotos do atentado


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