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13/02/2003 - 11h59

Acordo entre governo e polícia deve pôr fim à violência na Bolívia

da Folha Online

O governo da Bolívia e a polícia amotinada -que reivindica melhores salários- firmaram hoje um acordo de "paz e restituição do estado de direito no país", depois que confrontos deixaram ontem 16 mortos e cerca e 80 feridos, segundo informações de fontes do governo divulgadas pela agência de notícias France Presse.

Os distúrbios foram provocados pelo confronto entre policiais grevistas e tropas do Exército, após o governo anunciar a aplicação de um imposto direto de 12,5% sobre os salários dos bolivianos, medida que foi revogada horas depois por Sánchez de Lozada para evitar mais violência.

A violência se espalhou por outras cidades, segundo reportagens transmitidas ao vivo pela TV, principalmente Santa Cruz e Cochabamba, epicentro de um recente conflito com os plantadores de coca.

O acordo foi firmado às 5h45 (7h45) pelos pelos ministros Javier Comboni (Fazenda), Carlos Morales (Habitação) e o vice-ministro José Harb (Interior) -representando o Executivo- e pelo comandante nacional das polícias, general Edgar Pardo.

O acordo estabelece 19 pontos, entre os quais o pagamento de uma indenização de US$ 10 mil às famílias dos policiais mortos no sangrento enfrentamento de ontem com as Forças do Exército leias ao presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, além do pagamento de bônus extras para todos os efetivos da polícia, cerca de 15 mil em todo o país.

Ademais, o acordo prevê a intervenção da cooperativa policial dos batalhões de segurança privada da cidade e a adoção de uniformes para todo o corpo efetivos dessa instituição.

O governo prometeu não tomar nenhum tipo de represália contra os líderes da oposição policial.

"Depois desse acordo, são retomadas as atividades de nossos serviços", disse o general Pardo.

Violência

Ontem, a violência tomou conta das ruas de La Paz, quando vários grupos atacaram lojas e agências bancárias, enquanto os bombeiros tentavam apagar um incêndio na sede do ministério do Desenvolvimento Sustentável.

As forças militares tentavam dispersar as pessoas com bombas de gás lacrimogêneo e tiros durante a confusão provocada pelos saqueadores, muitos deles embriagados, ao final de uma violenta jornada que deixou cerca de 16 mortos e mais de 80 feridos na capital boliviana.

Após algumas horas de calma aparente, os distúrbios retornaram às ruas de La Paz, com muitos saqueadores aproveitando a confusão para atacar as lojas.

A fachada do prédio da Cervejaria Boliviana Nacional, adquirida pela cervejaria argentina Quilmes, foi incendiada por manifestantes, que desafiaram as tropas do Exército que protegiam o local.

O prédio do Ministério do Desenvolvimento Sustentável foi atacado por uma multidão, como também ocorreu com a sede do Banco Mercantil e vários caixas eletrônicos.

Grupos de jovens bêbados atacavam lojas em diversos bairros de La Paz, enfrentando a reação dos comerciantes com paus e pedras.

Os presos da Penitenciária de San Pedro, no centro de La Paz, atearam fogo no prédio e exigem libertação imediata.

Na cidade de El Alto, vizinha a La Paz, grupos de manifestantes destruíram os escritórios da Águas del Illimani, filial da francesa Lyonesse des Eaux, e parte do pedágio da estrada que leva ao Aeroporto Internacional.

Para evitar maiores distúrbios, o governo ordenou a suspensão das atividades públicas, das aulas nos colégios de todo o país e decretou feriado bancário.

A Central Operária Boliviana (COB) manteve a convocação para uma greve geral para hoje, para exigir a renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada.

O líder da oposição, Evo Morales, também pediu que os manifestantes bloqueiem as estradas de todo o país para exigir a saída do presidente.

Com agências internacionais
 

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