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13/02/2003 - 13h55

Otan cancela sua reunião de hoje sobre o Iraque

da Folha Online

A Otan cancelou sua reunião desta quinta-feira que tinha como objetivo buscar um acordo sobre a ajuda solicitada pelos Estados Unidos para proteger a Turquia no caso de um conflito no Iraque, anunciou uma autoridade da Aliança.

Os embaixadores dos 19 países membros da Aliança deveriam se reunir hoje pela sexta vez desde segunda-feira passada, quando Bélgica, França e Alemanha vetaram o pedido dos EUA de ajuda militar para proteger desde já a Turquia, que pertence à Otan e é vizinha do Iraque.

O ministro da Defesa alemão, Peter Struck, declarou, no entanto, que a decisão da Otan só será anunciada no sábado (15).

O chanceler alemão Gerhard Schröder, como fez na véspera o presidente francês Jacques Chirac, garantiu ao governo turco que pode contar com a solidariedade de seu país.

"Se um de nossos aliados da Otan é atacado, nós o defenderemos", declarou Schröder.

A Alemanha, lembrou o chanceler, deslocou cerca de 10 mil soldados no mundo "para defender e preservar a paz", numa referência ao segundo maior contingente de forças de paz existente, atrás apenas dos Estados Unidos.

"Poucos países membros da Otan estão tão comprometidos como nós no mundo, e isso não deve ser esquecido", disse.

Os esforços de paz da França e da Alemanha receberam o apoio da Rússia. O presidente Putin, após visitar por quatro dias os dois países, declarou que suas posições eram "praticamente idênticas" às do governo de Chirac.

Putin explicou que considerava o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, um "amigo pessoal", mas que não estava de acordo com ele na questão iraquiana estando disposto a usar o direito de veto de seu país "se for necessário".

Dois dias depois da difusão de um discurso do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, para anunciar que estava ao lado do povo iraquiano, Estados Unidos e Reino Unido entraram em estado de alerta temendo um atentado. Radares, mísseis, aviões de combate e tanques foram posicionados em aeroportos e locais estratégicos.

Enquanto isso, o papa João Paulo 2º, partidário de uma saída pacífica para a crise iraquiana, enviou a Bagdá um emissário, o cardeal Roger Etchegaray, e receberá em Roma na sexta-feira o vice-primeiro-ministro do Iraque, Tarek Aziz.

Ao chegar à capital italiana, Aziz disse nesta quinta-feira que os mísseis iraquianos estão "nos limites do alcance impostos pela ONU".

"Nossos mísseis não são perigosos. Têm muito pouco alcance e não têm sistema de controle", disse. "Continuamos dentro dos limites impostos pelas Nações Unidas", frisou.

Um comitê de especialistas reunidos por Hans Blix, o chefe os inspetores de armas do Iraque, concluiu que o regime de Saddam Hussein possui mísseis que ultrapassam o alcance autorizado, informou na quarta-feira uma fonte diplomática na ONU.

Em Londres, o primeiro-ministro britânico Tony Blair declarou que o Iraque estaria 'violando a resolução 1441' das Nações Unidas se essas informações fossem confirmadas. Os mísseis iraquianos não podem ter um alcance superior a 150 km.

Este será um dos pontos centrais da exposição de Hans Blix, diretor da Comissão de Controle, Verificação e Inspeção da ONU (Unmovic), e Mohamed ElBaradei, responsável da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), no Conselho de Segurança amanhã (sexta-feira).

Liderados pela França, os países contrários à intervenção militar no Iraque, como Alemanha, China e Rússia (estes dois últimos membros com direito a veto), elaboraram um documento não-oficial para obrigar o "Iraque a cooperar pela via pacífica das inspeções".

Entre as possibilidades, está multiplicar por dois ou por três o número de inspetores, nomear um coordenador permanente com sede em Bagdá e vigiar o Iraque com aviões espiões, entre outras.

A sessão de amanhã no Conselho de Segurança será aberta e presidida pelo ministro das Relações Exteriores alemão, Joschka Fischer, que já declarou nesta quinta-feira que até agora os especialistas não detectaram uma "violação grave" da resolução 1441 da ONU sobre o desarmamento iraquiano.

Enquanto isso, em Bagdá, os inspetores da ONU interrogaram esta quinta-feira um diplomata iraquiano aposentado sobre a suposta importação de urânio do Níger depois de 1998.

Outro grupo de especialistas estaria disposto a destruir quatro tanques contendo gás mostarda e dez obuses de 155 milímetros, a 140 km ao norte de Bagdá.

Em Bassora, no sul do Iraque, pelo segundo dia consecutivo, aviões da coalizão anglo-britânica atacaram sistemas de mísseis terra-terra capazes de atingir as forças americanas estacionadas no Kuait.

Com agências internacionais

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