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15/02/2003
-
03h26
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou mobilização para formar uma frente sul-americana contrária a uma eventual ação americana no Iraque.
Lula conversou por telefone ontem com os presidentes Eduardo Duhalde (Argentina), Ricardo Lagos (Chile) e Lúcio Gutierrez (Equador). Propôs a eles que fosse agendada para os próximos dias uma reunião de chanceleres sul-americanos, para discutir o impacto econômico de um conflito e tirar posição comum em defesa de uma saída negociada.
"As consequências de uma guerra podem ser muito mais perversas do que já vêm sendo. O presidente Lula quer discutir o que os países sul-americanos poderiam fazer para ajudar a evitar um conflito", disse o porta-voz de Lula, André Singer.
Em sua ofensiva diplomática, Lula conversou ainda com o presidente francês, Jacques Chirac. Lula manifestou solidariedade às declarações conjuntas dele e do chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, de defesa de mais tempo para que os técnicos da ONU tenham mais tempo para trabalhar no Iraque.
Há ainda a possibilidade, de acordo com o assessor especial Marco Aurélio Garcia, de que Lula mantenha um contato telefônico com o presidente dos EUA, George W. Bush, para explicitar a posição brasileira.
A mobilização se encaixa no perfil mais ativo que o presidente defende para a diplomacia brasileira, em que o primeiro passo foi a iniciativa de formar o Grupo de Amigos da Venezuela.
Na reunião proposta por Lula também seria discutida a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). "As condições serão melhores se os países da América do Sul puderem estabelecer uma plataforma comum", afirmou Singer. Outras questões a serem discutidas seriam as crises na Venezuela e na Colômbia.
O presidente também enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sugerindo que ele convide as partes em conflito na Colômbia para negociar. Anteontem, Garcia fez as primeiras críticas públicas ao plano apoiado pelos EUA para combater a guerrilha e o tráfico da Colômbia.
Especial
Saiba mais sobre a crise EUA-Iraque
Lula quer frente sul-americana antiguerra
LEILA SUWWAN eFÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou mobilização para formar uma frente sul-americana contrária a uma eventual ação americana no Iraque.
Lula conversou por telefone ontem com os presidentes Eduardo Duhalde (Argentina), Ricardo Lagos (Chile) e Lúcio Gutierrez (Equador). Propôs a eles que fosse agendada para os próximos dias uma reunião de chanceleres sul-americanos, para discutir o impacto econômico de um conflito e tirar posição comum em defesa de uma saída negociada.
"As consequências de uma guerra podem ser muito mais perversas do que já vêm sendo. O presidente Lula quer discutir o que os países sul-americanos poderiam fazer para ajudar a evitar um conflito", disse o porta-voz de Lula, André Singer.
Em sua ofensiva diplomática, Lula conversou ainda com o presidente francês, Jacques Chirac. Lula manifestou solidariedade às declarações conjuntas dele e do chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, de defesa de mais tempo para que os técnicos da ONU tenham mais tempo para trabalhar no Iraque.
Há ainda a possibilidade, de acordo com o assessor especial Marco Aurélio Garcia, de que Lula mantenha um contato telefônico com o presidente dos EUA, George W. Bush, para explicitar a posição brasileira.
A mobilização se encaixa no perfil mais ativo que o presidente defende para a diplomacia brasileira, em que o primeiro passo foi a iniciativa de formar o Grupo de Amigos da Venezuela.
Na reunião proposta por Lula também seria discutida a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). "As condições serão melhores se os países da América do Sul puderem estabelecer uma plataforma comum", afirmou Singer. Outras questões a serem discutidas seriam as crises na Venezuela e na Colômbia.
O presidente também enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sugerindo que ele convide as partes em conflito na Colômbia para negociar. Anteontem, Garcia fez as primeiras críticas públicas ao plano apoiado pelos EUA para combater a guerrilha e o tráfico da Colômbia.
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