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27/02/2003 - 15h32

Brasil e Colômbia avaliarão relação bilateral

da France Presse, em Bogotá

As relações entre a Colômbia e o Brasil, pontuada por uma série de incidentes na última quinzena, serão avaliadas na próxima semana em Brasília pelos presidentes Alvaro Uribe e Luiz Inácio Lula da Silva, que tratarão, entre outros temas, do problema da segurança na fronteira entre os dois países.

Ontem, os dois governos confirmaram para o próximo dia 7 de março uma reunião de Uribe e Lula em Brasília, destinada a discutir temas como a integração territorial, o comércio e a segurança na fronteira, segundo um comunicado da chancelaria em Bogotá.

Uribe, que faz sua primeira visita oficial ao Brasil, estará acompanhado por seus ministros das Relações Exteriores, Defesa, Comércio, Agricultura e Meio Ambiente, e o comandante da Polícia Nacional, precisa o comunicado.

O encontro entre os dois presidentes acontece depois de alguns atritos na relação bilateral, causados pelo propósito do governo colombiano de que seus países vizinhos _entre eles o Brasil_ considerem a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como organização terrorista.

Esta petição, feita pelo governo depois do atentado de 7 de fevereiro ao clube El Nogal, que provocou 36 mortos, foi respondida de maneira informal e negativa por Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula.

A declaração de Garcia provocou uma resposta do ministro do Interior colombiano, Fernando Londoño, que disse que Lula "já encontrou uma desculpa estupenda: a de ele poderá eventualmente servir de mediador, cargo para o qual ninguém o designou. E nem está na lista das possibilidades".

Embora o próprio presidente Uribe tenha desautorizado o seu ministro, afirmando que proibia as "declarações explosivas", a situação constrangedora entre os dois países permanece.

Além desta polêmica, o Brasil e a Colômbia compartilham sua preocupação com a situação de sua fronteira comum de 1.645 quilômetros na selva, onde operam grupos armados e narcotraficantes.

No domingo (23), o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorin, disse que "evidentemente é uma preocupação. Se tivermos indicação de atividade terrorista no território nacional, vamos ter de agir".

Dois dias antes, Mauro Espósito, um oficial da Polícia Federal brasileira, entrevistado na fronteiriça cidade colombiana de Leticia, havia denunciado o domínio das Farc na área.

"Temos conhecimento de que as Farc têm o domínio desta área produtora de droga. Não há presença do poder público da Colômbia nesta zona", disse o oficial.

O alto comando militar colombiano intensificou suas operações contra o narcotráfico no departamento do Amazonas (no sul da Colômbia, fronteira com o Brasil e o Peru), ao detectar um aumento nessa região do tráfico de cocaína e heroína.

Segundo os relatórios de inteligência, os cartéis estão enviando a droga para Leticia, a capital do departamento do Amazonas (Colômbia), e dali para o Peru e o Brasil.
 

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