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05/03/2003 - 06h56

EUA querem resolução na próxima semana

da Folha de S.Paulo

Os EUA querem que o CS (Conselho de Segurança) da ONU vote sua proposta de resolução autorizando uma guerra no Iraque na próxima semana, afirmaram ontem autoridades americanas.

Apesar de uma intensa campanha diplomática, os EUA ainda não conseguiram os nove votos de que precisam no conselho para que a resolução seja adotada. O chanceler da Rússia, Igor Ivanov, voltou a dizer ontem que seu país pode vetar a proposta americana.

No entanto o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, afirmou ontem que está otimista em relação a uma vitória dos EUA no Conselho de Segurança.
"Estou cada vez mais otimista de que caso [a resolução] seja levada à votação, nós seremos capazes de convencer a maioria dos membros do Conselho de Segurança a votar a favor da aprovação", disse Powell para uma rede de TV francesa.

O embaixador dos EUA na ONU, John Negroponte, afirmou que Washington espera uma votação pouco tempo depois que o chefe dos inspetores da ONU, o sueco Hans Blix, e o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, o egípcio Mohamed El Baradei, apresentarem seu relatório sobre o Iraque, na sexta-feira (7).

"Não precisamos debater essa resolução tão simples e direta."

De acordo com o canal de TV CNN, contudo, fontes no governo americano também afirmaram que, se os EUA perceberem que a resolução não será aprovada, podem decidir ir adiante com um ataque sem o aval da ONU.

O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse que uma nova "resolução é desejável, mas não necessária". Segundo autoridades da Casa Branca, o presidente George W. Bush pode até mesmo dar um ultimato ao ditador iraquiano, Saddam Hussein, em discurso na próxima semana.

Apesar de Powell ter afirmado que os EUA só irão decidir a data em que vão propor a votação no CS no início da semana que vem, um funcionário do governo dos EUA, que não quis se identificar, afirmou que "a votação ocorrerá na próxima semana". Outra autoridade afirmou que ela pode ser convocada para segunda-feira.

Analistas e diplomatas previam que a votação fosse ocorrer na quinta-feira da semana que vem, seis meses depois de o presidente dos EUA, George W. Bush, ter ido à ONU pedir apoio para o desarmamento do Iraque _o que resultou na adoção pelo CS, em novembro, da resolução 1441, exigindo que o Iraque se desarmasse e cooperasse com os inspetores.

Apesar de, em seu último relatório à ONU, Blix ter afirmado que não encontrou provas de que o Iraque possuísse armas de destruição em massa, os EUA, o Reino Unido e a Espanha afirmam que Bagdá não cumpriu a resolução. Sua nova proposta de resolução diz exatamente isso _o que, na prática, significa um aval da ONU a uma guerra ao Iraque.

A maioria dos 15 membros do CS, contudo, reluta em adotar a proposta. A França, apoiada por Rússia, China e Alemanha, sugere que as inspeções sejam estendidas até pelo menos 1º de julho.

Ontem, Ivanov afirmou que a Rússia "não vai apoiar nenhuma decisão que abra caminho para uma guerra contra o Iraque".

Mais tarde, o chanceler russo disse, após reunião com o chanceler britânico, Jack Straw, que "os membros permanentes do CS têm uma responsabilidade especial. Por isso é improvável que qualquer um de nós se abstenha sobre a questão iraquiana".

Para que uma resolução seja adotada, 9 dos 15 membros do CS precisam aprová-la, mas nenhum de seus membros permanentes _EUA, Reino Unido, França, Rússia e China_ pode vetá-la.

Mísseis

O Iraque destruiu mais três mísseis Al Samoud 2 ontem, elevando o total de armas inutilizadas para 19, de um estoque de 120.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou ontem que a destruição dos mísseis era "um desenvolvimento positivo". Ele rebateu afirmações de Bush de que a ONU se transformaria em um órgão irrelevante se não aprovasse uma guerra contra o Iraque.

Com agências internacionais
 

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