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06/03/2003
-
04h51
Colunista da Folha de S.Paulo
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ontem ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, uma cúpula internacional para discutir a situação no Iraque.
Blair se comprometeu a "pensar" no assunto, durante telefonema de meia hora entre as duas autoridades, por iniciativa do brasileiro, na tarde de ontem.
Na conversa, Lula defendeu uma tese muito próxima à dos países desenvolvidos que se opõem à guerra, como França e Alemanha, no sentido de que deve haver um prazo para que se determine se o Iraque foi ou não desarmado.
É óbvio que só o Conselho de Segurança da ONU teria o poder para determinar se o Iraque cumpriu ou não as resoluções da ONU sobre seu desarmamento. Mas Lula também chamou a atenção de Blair, o mais próximo aliado dos Estados Unidos, sobre a necessidade de respeitar as decisões das Nações Unidas, uma maneira diplomática de dizer que a guerra não pode passar por cima do Conselho de Segurança.
"Se a resolução da ONU não for cumprida, ninguém mais se sentirá obrigado a fazê-lo", disse Lula, em frase que serve tanto para o Iraque como para os EUA, no caso de Washington decidir unilateralmente atacar o Iraque.
Impacto econômico
Na conversa, com tradutor e solicitada na semana passada, o presidente explicou o choque econômico negativo que o Brasil sofreria em caso de guerra, por meio da alta do dólar e do petróleo.
Mas Lula evitou fazer um apelo pela paz, para não dar a impressão de que trata os dois lados da mesma forma.
"O presidente Lula está empenhado em conversar, mas não é questão de fazer um apelo porque um apelo dá a impressão que nós estamos achando que um lado é belicoso e que o Iraque fez tudo direitinho. Não é bem isso", disse o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), que acompanhou a conversa.
Lula já conversou com o presidente da França, Jacques Chirac, e com o premiê da Alemanha, Gerhard Schröder, que lideram um bloco contra a guerra.
"O presidente Lula acentuou as preocupações de ordem política, humanitária e econômica do Brasil. Evidentemente, uma deterioração do clima econômico mundial, que de certa maneira já ocorre, impacta o Brasil e dificulta o esforço de recuperação que está sendo feito internamente com participação e sacrifícios de todos", disse Amorim.
Leia mais
Saiba mais sobre o Iraque
Lula sugere a Blair cúpula sobre Iraque
CLÓVIS ROSSIColunista da Folha de S.Paulo
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ontem ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, uma cúpula internacional para discutir a situação no Iraque.
Blair se comprometeu a "pensar" no assunto, durante telefonema de meia hora entre as duas autoridades, por iniciativa do brasileiro, na tarde de ontem.
Na conversa, Lula defendeu uma tese muito próxima à dos países desenvolvidos que se opõem à guerra, como França e Alemanha, no sentido de que deve haver um prazo para que se determine se o Iraque foi ou não desarmado.
É óbvio que só o Conselho de Segurança da ONU teria o poder para determinar se o Iraque cumpriu ou não as resoluções da ONU sobre seu desarmamento. Mas Lula também chamou a atenção de Blair, o mais próximo aliado dos Estados Unidos, sobre a necessidade de respeitar as decisões das Nações Unidas, uma maneira diplomática de dizer que a guerra não pode passar por cima do Conselho de Segurança.
"Se a resolução da ONU não for cumprida, ninguém mais se sentirá obrigado a fazê-lo", disse Lula, em frase que serve tanto para o Iraque como para os EUA, no caso de Washington decidir unilateralmente atacar o Iraque.
Impacto econômico
Na conversa, com tradutor e solicitada na semana passada, o presidente explicou o choque econômico negativo que o Brasil sofreria em caso de guerra, por meio da alta do dólar e do petróleo.
Mas Lula evitou fazer um apelo pela paz, para não dar a impressão de que trata os dois lados da mesma forma.
"O presidente Lula está empenhado em conversar, mas não é questão de fazer um apelo porque um apelo dá a impressão que nós estamos achando que um lado é belicoso e que o Iraque fez tudo direitinho. Não é bem isso", disse o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), que acompanhou a conversa.
Lula já conversou com o presidente da França, Jacques Chirac, e com o premiê da Alemanha, Gerhard Schröder, que lideram um bloco contra a guerra.
"O presidente Lula acentuou as preocupações de ordem política, humanitária e econômica do Brasil. Evidentemente, uma deterioração do clima econômico mundial, que de certa maneira já ocorre, impacta o Brasil e dificulta o esforço de recuperação que está sendo feito internamente com participação e sacrifícios de todos", disse Amorim.
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