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08/03/2003
-
08h01
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, alertou ontem, em Brasília, que o Brasil poderá ter os mesmos problemas que a Colômbia enfrenta hoje em relação ao terrorismo e o narcotráfico.
"Os terroristas hoje não se importam com a Constituição colombiana. Amanhã não se importarão com a brasileira. Os terroristas hoje matam civis na Colômbia. Amanhã matarão no Brasil", disse Uribe, que se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Se não detivermos o terrorismo, que hoje está destruindo a Amazônia colombiana, em alguns anos ele destruirá toda a Amazônia brasileira", afirmou o presidente colombiano.
Lula se comprometeu com Uribe a "combater por todos os meios" as ameaças à paz e à segurança causadas pelo terrorismo. O governo não especificou que meios seriam esses.
Apesar do compromisso público, divulgado em comunicado conjunto após uma reunião de trabalho com Uribe, o Brasil não associou diretamente o terrorismo ao narcotráfico ou às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, principal grupo guerrilheiro e terrorista do país), conforme desejava o país vizinho.
Diferentemente de seu colega colombiano, Lula falou em terrorismo apenas uma vez em seu discurso de improviso e preferiu se concentrar na área comercial.
"Saia do Brasil com a certeza de que somos parceiros políticos, culturais, comerciais e parceiros para acabar com a violência na Colômbia e no Brasil", disse Lula a Uribe, após prometer "solidariedade total no combate ao terrorismo e ao narcotráfico".
Sem menção ao terror
A posição brasileira, que evita a classificação de qualquer grupo como terrorista, prevaleceu. Nem Lula nem a declaração conjunta fizeram menção direta à existência de tais grupos. Limitaram-se a falar de "terrorismo" e "atos terroristas". Porém, o Brasil não conseguiu que a Colômbia se manifestasse sobre a iminente guerra contra o Iraque, assunto ao qual Lula tem se dedicado nas últimas semanas, pregando o desarmamento pacífico.
Uribe pediu apoio à comunidade internacional para combater o narcotráfico. "A Colômbia, sozinha, não pode enfrentar o problema", disse ele, elogiando o apoio norte-americano, visto com desconfiança pelo Brasil, especialmente pelo caráter militar.
Nenhum dos dois presidentes detalhou a cooperação para combater o narcotráfico e o terrorismo, que inclui o fornecimento de dados do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Uribe não descartou, no futuro, a intermediação brasileira numa negociação entre o governo e as guerrilhas. Afirmou, no entanto, que os grupos guerrilheiros não deram nenhuma demonstração de disposição para negociar. "Não tenho opção", disse ele, sobre o confronto militar.
Brasil pode virar Colômbia, alerta Uribe
ANDRÉ SOLIANILEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, alertou ontem, em Brasília, que o Brasil poderá ter os mesmos problemas que a Colômbia enfrenta hoje em relação ao terrorismo e o narcotráfico.
"Os terroristas hoje não se importam com a Constituição colombiana. Amanhã não se importarão com a brasileira. Os terroristas hoje matam civis na Colômbia. Amanhã matarão no Brasil", disse Uribe, que se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Se não detivermos o terrorismo, que hoje está destruindo a Amazônia colombiana, em alguns anos ele destruirá toda a Amazônia brasileira", afirmou o presidente colombiano.
Lula se comprometeu com Uribe a "combater por todos os meios" as ameaças à paz e à segurança causadas pelo terrorismo. O governo não especificou que meios seriam esses.
Apesar do compromisso público, divulgado em comunicado conjunto após uma reunião de trabalho com Uribe, o Brasil não associou diretamente o terrorismo ao narcotráfico ou às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, principal grupo guerrilheiro e terrorista do país), conforme desejava o país vizinho.
Diferentemente de seu colega colombiano, Lula falou em terrorismo apenas uma vez em seu discurso de improviso e preferiu se concentrar na área comercial.
"Saia do Brasil com a certeza de que somos parceiros políticos, culturais, comerciais e parceiros para acabar com a violência na Colômbia e no Brasil", disse Lula a Uribe, após prometer "solidariedade total no combate ao terrorismo e ao narcotráfico".
Sem menção ao terror
A posição brasileira, que evita a classificação de qualquer grupo como terrorista, prevaleceu. Nem Lula nem a declaração conjunta fizeram menção direta à existência de tais grupos. Limitaram-se a falar de "terrorismo" e "atos terroristas". Porém, o Brasil não conseguiu que a Colômbia se manifestasse sobre a iminente guerra contra o Iraque, assunto ao qual Lula tem se dedicado nas últimas semanas, pregando o desarmamento pacífico.
Uribe pediu apoio à comunidade internacional para combater o narcotráfico. "A Colômbia, sozinha, não pode enfrentar o problema", disse ele, elogiando o apoio norte-americano, visto com desconfiança pelo Brasil, especialmente pelo caráter militar.
Nenhum dos dois presidentes detalhou a cooperação para combater o narcotráfico e o terrorismo, que inclui o fornecimento de dados do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Uribe não descartou, no futuro, a intermediação brasileira numa negociação entre o governo e as guerrilhas. Afirmou, no entanto, que os grupos guerrilheiros não deram nenhuma demonstração de disposição para negociar. "Não tenho opção", disse ele, sobre o confronto militar.
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