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13/03/2003
-
16h30
da France Presse, em Gaza
Apesar da iminência de um ataque norte-americano contra seu governo, o presidente iraquiano, Saddam Hussein, continua fazendo os palestinos desfrutarem de seu poderio econômico e sua popularidade está no ponto máximo entre a população dos territórios ocupados.
"Não existem homens dignos desse nome no mundo árabe. Saddam, tu restabelecerás nossa dignidade", clamava o pai de um palestino morto por balas israelenses diante de uma multidão de famílias apertadas numa sala de Gaza para receber os cheques que Bagdá lhes entrega através da Frente de Libertação Árabe (FLA).
A FLA é dirigida por Raked Salem, que está numa prisão de Israel desde outubro de 2002. Ele é membro da Organização para a Libertação de Palestina (OLP), que tem como principal componente a Fatah de Iasser Arafat, embora rechace os acordos de Oslo de 1993 sobre a autonomia palestina.
A frente distribuiu ontem US$ 235 mil entre as famílias dos palestinos mortos durante os últimos meses na faixa de Gaza, sem levar em conta as preferências políticas de cada um.
Vinte famílias receberam US$ 10 mil cada uma, e uma outra recebeu a doação máxima de US$ 25 mil destinada aos pais de suicidas palestinos.
A cerimônia de entrega dos cheques se transformou numa sucessão de empolgados discursos nos quais se elogiou "o único dirigente árabe que não abandonou os palestinos", ao mesmo tempo que Israel e Estados Unidos recebiam uma chuva de críticas.
"Se Saddam quiser, estou disposta a ir ao Iraque para lutar ao seu lado", afirmava uma senhora que perdeu o filho durante um ataque da aviação israelense em Gaza.
Seu apoio sem hesitações à Intifada valeu a Saddam Hussein um lugar privilegiado no coração dos palestinos.
Retratos do líder iraquiano e de Arafat enfeitam as paredes da sala na qual os cheques são distribuídos e nelas figura uma inscrição com letras vermelhas, pretas e verdes, as cores das bandeiras iraquiana e palestina: "Iraque e Palestina, o mesmo combate".
Na loja oficial de lembranças, Saddam goza do mesmo tratamento de Arafat e seu rosto aparece em camisetas e insígnias.
No ano passado a FLA ofereceu US$ 10 mil a Mohammad Al Assar porque seu sobrinho se fez explodir em um posto de controle de estradas israelense na faixa de Gaza.
"Confio mais em Saddam do que em Arafat para fazer avançar a causa palestina", declarou Al Assar em seu modesto apartamento de Khan Yunis, ao sul da faixa de Gaza, decorado com uma foto do líder iraquiano.
Para muitos palestinos, a recente cúpula árabe de Sharm El Sheikh (Egito) não foi mais do que uma demonstração patética da incapacidade dos árabes de se unirem frente a Israel, enquanto o Iraque continua desafiando os Estados Unidos.
Segundo Hussein Rahal, dirigente atual da FLA, financiada pelo partido Baath no poder em Bagdá, US$ 25,5 milhões foram distribuídos nos territórios palestinos desde que começou a Intifada.
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Saddam Hussein é considerado herói pelos palestinos
JEAN MARC MOJONda France Presse, em Gaza
Apesar da iminência de um ataque norte-americano contra seu governo, o presidente iraquiano, Saddam Hussein, continua fazendo os palestinos desfrutarem de seu poderio econômico e sua popularidade está no ponto máximo entre a população dos territórios ocupados.
"Não existem homens dignos desse nome no mundo árabe. Saddam, tu restabelecerás nossa dignidade", clamava o pai de um palestino morto por balas israelenses diante de uma multidão de famílias apertadas numa sala de Gaza para receber os cheques que Bagdá lhes entrega através da Frente de Libertação Árabe (FLA).
A FLA é dirigida por Raked Salem, que está numa prisão de Israel desde outubro de 2002. Ele é membro da Organização para a Libertação de Palestina (OLP), que tem como principal componente a Fatah de Iasser Arafat, embora rechace os acordos de Oslo de 1993 sobre a autonomia palestina.
A frente distribuiu ontem US$ 235 mil entre as famílias dos palestinos mortos durante os últimos meses na faixa de Gaza, sem levar em conta as preferências políticas de cada um.
Vinte famílias receberam US$ 10 mil cada uma, e uma outra recebeu a doação máxima de US$ 25 mil destinada aos pais de suicidas palestinos.
A cerimônia de entrega dos cheques se transformou numa sucessão de empolgados discursos nos quais se elogiou "o único dirigente árabe que não abandonou os palestinos", ao mesmo tempo que Israel e Estados Unidos recebiam uma chuva de críticas.
"Se Saddam quiser, estou disposta a ir ao Iraque para lutar ao seu lado", afirmava uma senhora que perdeu o filho durante um ataque da aviação israelense em Gaza.
Seu apoio sem hesitações à Intifada valeu a Saddam Hussein um lugar privilegiado no coração dos palestinos.
Retratos do líder iraquiano e de Arafat enfeitam as paredes da sala na qual os cheques são distribuídos e nelas figura uma inscrição com letras vermelhas, pretas e verdes, as cores das bandeiras iraquiana e palestina: "Iraque e Palestina, o mesmo combate".
Na loja oficial de lembranças, Saddam goza do mesmo tratamento de Arafat e seu rosto aparece em camisetas e insígnias.
No ano passado a FLA ofereceu US$ 10 mil a Mohammad Al Assar porque seu sobrinho se fez explodir em um posto de controle de estradas israelense na faixa de Gaza.
"Confio mais em Saddam do que em Arafat para fazer avançar a causa palestina", declarou Al Assar em seu modesto apartamento de Khan Yunis, ao sul da faixa de Gaza, decorado com uma foto do líder iraquiano.
Para muitos palestinos, a recente cúpula árabe de Sharm El Sheikh (Egito) não foi mais do que uma demonstração patética da incapacidade dos árabes de se unirem frente a Israel, enquanto o Iraque continua desafiando os Estados Unidos.
Segundo Hussein Rahal, dirigente atual da FLA, financiada pelo partido Baath no poder em Bagdá, US$ 25,5 milhões foram distribuídos nos territórios palestinos desde que começou a Intifada.
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