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17/03/2003 - 22h15

Bush dá 48 horas para Saddam deixar o Iraque

da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, fez nesta segunda-feira um discurso em rede, no qual deu um ultimato de 48 horas para o presidente e ditador iraquiano, Saddam Hussein, deixar o poder desse país árabe, situado no golfo Pérsico. O Iraque tem 23 milhões de habitantes e é dono da segunda maior reserva de petróleo da Terra (só perde para a Arábia Saudita).

"Saddam e sua família têm 48 horas para deixar o Iraque", disse Bush. "Os Estados Unidos tem soberania para tratar da sua própria segurança", acrescentou em discurso duro.

A aceitação ao ultimato é a única forma de o presidente iraquiano evitar o ataque das tropas dos EUA e do Reino Unido que se encontram na região do golfo _cerca de 255 mil soldados e o maior aparato de guerra já mobilizado.

Bush anunciou ainda que, no caso de não cumprimento do ultimato, os EUA se reservam o direito de usar "força total" contra o regime iraquiano.

Bush criticou ainda a ação dos inspetores da ONU que, segundo ele, "não cumpriu sua responsabilidade (de achar armas de destruição em massa)." Os EUA, afirmou, reservam-se o direito de "cumpri-la".

Iraque desafiador

Antecipando-se ao pronunciamento de Bush, o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Naji Sabri, afirmou que o ultimato não será aceito.

Sabri disse a repórteres que "qualquer criança" no Iraque sabia que o ultimato do presidente Bush a Saddam não seria nem cogitado.

"A única opção [para garantir a paz] é a saída do provocador de guerra número um do mundo, o enfraquecido presidente Bush, que fez de seu país uma piada", provocou Sabri.

Ele afirmou também que a decisão da ONU de retirar sua equipe do Iraque nesta segunda foi uma "decisão infeliz". Inspetores de armas da ONU buscavam armamentos de destruição em massa no país. Nada foi encontrado até a semana passada.

Falta de apoio

Hoje, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Espanha desistiram de tentar aprovar a segunda resolução proposta ao Conselho de Segurança (CS) da ONU para dar início a uma ação militar contra o Iraque.

Os três países buscavam a aprovação para uma nova resolução a ser adotada pelo CS que afirma claramente que o Iraque violou suas obrigações perante as Nações Unidas _o que, na prática, equivaleria a um aval da ONU a uma guerra contra Bagdá.

França e Rússia (ambos com poder de veto no CS) disseram de forma explícita que vetariam a proposta de resolução autorizando o uso da força para desarmar o Iraque. A China, que também tem poder de veto, fez coro à rejeição do projeto.

Apesar dos esforços diplomáticos ocorridos durante a semana passada, os EUA não conseguiram o apoio dos países-membros do CS considerados indecisos: Angola, Camarões, Chile, Guiné, México e Paquistão.

Presença militar

Os últimos acontecimentos indicam que um ataque ao Iraque pode ocorrer a qualquer momento. As forças norte-mericanas concentradas perto do Iraque já passam de 255 mil homens. Destes, 149 mil estão no Kuait, segundo uma autoridade do Pentágono.

Pelo menos 235 mil soldados estão estacionados na região do golfo Pérsico e 20 mil se encontram na Europa, prontos para intervir no Iraque, de acordo com este funcionário, que pediu para não ser identificado.

A maior concentração de tropas continua sendo no Kuait, com 149 mil soldados. No emirado, de onde partirá a maior ofensiva terrestre contra Bagdá, também estão 25 mil soldados britânicos.

Outros 48 mil marines estão a bordo de navios no golfo Pérsico e no Mar Vermelho. Além disso, três porta-aviões estão na região e outros dois no Leste do Mediterrâneo.

Cerca de 10 mil soldados estão na Arábia Saudita, 8 mil no Qatar, 5 mil no Bahrein e 5 mil na Turquia. Outros 15 mil homens estão no Afeganistão e em outros países vizinhos da Ásia Central, mas não vão participar da guerra contra o Iraque.

Com agências internacionais

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