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22/03/2003
-
17h37
Centenas de milhares de pessoas foram às ruas hoje em todo o mundo para mostrar sua oposição a uma guerra no Iraque.
O coração de Nova York, Manhattan, foi invadido por um protesto pacífico. Os manifestantes se concentraram em Broadway e seguiram lentamente em direção à praça Washington, em Greenwich Village. Eles carregavam cartazes contra a ação, enquanto um rigoroso esquema policial os acompanhava.
Além de Nova York, outras importantes cidades do país, como San Francisco, Los Angeles, Chicago e Milwaukee, foram palco de protestos. Na capital, Washington, veteranos de guerra anunciaram três dias de protesto, que incluem uma passeata no domingo aos memoriais do Vietnã, Coréia e da Segunda Guerra Mundial.
Ao mesmo tempo, as pesquisas mostram que o apoio ao conflito cresce. O Senado e a Câmara dos EUA aprovaram uma resolução de apoio e, segundo uma enquete feita pelo Instituto Gallup e o jornal "USA Today", de cada quatro norte-americanos, três apoiam a guerra.
Europa
Na Espanha, mais de meio milhão de pessoas, segundo a Prefeitura de Barcelona, ou 1 milhão, de acordo com os organizadores, caminharam ao longo da avenida do Paralelo em direção à sede do governo para pedir a demissão do primeiro-ministro, José María Aznar.
Aznar é um dos principais aliados do presidente norte-americano, George W. Bush, ao lado do primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Os três foram os arquitetos do ataque ao ditador iraquiano Saddam Hussein, mesmo sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Num manifesto lido ao final do protesto, os participantes convocaram a população para uma greve geral de 15 minutos na próxima quarta-feira (26). "Que todos os que são contra a guerra parem todas suas atividades entre as 12h e as 12h15 para demonstrar que ninguém quer ser cúmplice deste conflito", anunciou a porta-voz dos manifestantes.
Na capital da Inglaterra, Londres, houve a primeira grande manifestação nacional contra a guerra no Iraque desde que os ataques começaram. Deputados contrários à política de Blair, que enviou 45 mil soldados britânicos à zona de conflito, estiveram presentes.
Na França _cujo governo se opõe à decisão de Bush_, mais de 120 mil pessoas foram às ruas. Entre eles havia curdos, iraquianos e norte-americanos, além de políticos, como o líder socialista François Hollande, o secretário nacional do Partido Comunista, Marie-George Buffet, e o líder trotskista Alain Krivine.
Em outro país opositor da guerra, a Alemanha, 300 pacifistas impediram o acesso à base aérea dos EUA em Spangdahlem. Dezenas de soldados alemães, que garantem há vários meses a segurança da base, observaram o protesto sem intervir.
Cerca de 800 militares dos EUA da base aérea de Spangdahlem, a maior instalada na Alemanha, foram enviados para cumprir missão na guerra contra o Iraque e outros podem seguir nos próximos dias.
Escócia, Portugal, Suíça, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega também receberam atos contra a guerra. Em Helsinque, capital finlandesa, os manifestantes gritavam: "George Bush e CIA: quantas crianças vocês vão matar hoje?".
Ásia
Os neozelandeses foram às ruas com o mesmo objetivo. Eles gritavam frases como "Não à guerra por petróleo" e carregavam cartazes contrários ao conflito. Na capital, Wellington, 4.000 pessoas tocando cornetas e tambores se concentraram em frente à embaixada norte-americana.
Na Austrália, cerca de 2.500 manifestantes fizeram uma passeata em Hobart, no Estado da Tasmânia. O governo australiano enviou 2.000 soldados para o golfo Pérsico e disse hoje que suas forças especiais se envolveram em combates no interior do Iraque.
A população islâmica também mostrou seu descontentamento a uma ofensiva em um país árabe. Cerca de 300 muçulmanos se concentraram na frente da Embaixada dos Estados Unidos em Bangcoc, na Tailândia. "Deus é grande. Maldito seja Bush", gritaram os manifestantes. Muitos deles usavam camisetas com a foto de Osama bin Laden, acusado de comandar os atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington.
Na Indonésia, dez cidades do país receberam manifestações contrárias à guerra. Em Bangladesh, manifestantes convocaram uma greve geral de meio dia na capital, Daca. Na Malásia, cerca de 8.000 pessoas gritaram: "Destrua a América" em Kelantan (leste do país). Temendo tumultos, as autoridades proibiram um evento semelhante na capital, Kuala Lumpur.
No Paquistão, importante aliado dos EUA na chamada "guerra ao terrorismo", o país teve protestos isolados. Em Lahore, cerca de 500 seminaristas muçulmanos fizeram uma passeata declarando apoio ao Iraque. Em Karachi, principal cidade do país, bandeiras norte-americanas foram queimadas e alguns advogados propuseram boicote a produtos norte-americanos.
Em Calcutá, Índia, cerca de 15 mil muçulmanos se reuniram e acusaram os Estados Unidos de travarem uma guerra "contra o Islã e a humanidade". Também houve manifestação em frente à embaixada norte-americana em Nova Déli, com 5.000 pessoas. Algumas levavam garrafas com uma mistura de sangue e gasolina. "Peguem isso, que é o que vocês querem, e parem de atacar o Iraque", gritavam.
Na Mauritânia, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. No Egito, país muçulmano com quase 70 milhões de habitantes, milhares de estudantes realizaram protestos nas universidades. "Bush é o novo Hitler do século", gritavam.
Em Gaza, 10 mil palestinos marcharam nas ruas carregando fotos de Saddam Hussein, o qual apoiaria a Intifada (revolta popular palestina contra a ocupação israelense).
Analistas dizem que essas manifestações são discretas em comparação com o grau de irritação contra os Estados Unidos entre os 1,4 bilhão de muçulmanos do mundo, inclusive entre os que vêem o regime de Saddam Hussein com antipatia.
Com agências internacionais
Especial
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Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
Milhares ao redor do mundo protestam contra guerra no Iraque
da Folha OnlineCentenas de milhares de pessoas foram às ruas hoje em todo o mundo para mostrar sua oposição a uma guerra no Iraque.
Reuters |
Nova York, EUA |
Além de Nova York, outras importantes cidades do país, como San Francisco, Los Angeles, Chicago e Milwaukee, foram palco de protestos. Na capital, Washington, veteranos de guerra anunciaram três dias de protesto, que incluem uma passeata no domingo aos memoriais do Vietnã, Coréia e da Segunda Guerra Mundial.
Reuters |
Nova York, EUA |
Europa
Na Espanha, mais de meio milhão de pessoas, segundo a Prefeitura de Barcelona, ou 1 milhão, de acordo com os organizadores, caminharam ao longo da avenida do Paralelo em direção à sede do governo para pedir a demissão do primeiro-ministro, José María Aznar.
Reuters |
Amsterdã, Holanda |
Num manifesto lido ao final do protesto, os participantes convocaram a população para uma greve geral de 15 minutos na próxima quarta-feira (26). "Que todos os que são contra a guerra parem todas suas atividades entre as 12h e as 12h15 para demonstrar que ninguém quer ser cúmplice deste conflito", anunciou a porta-voz dos manifestantes.
Na capital da Inglaterra, Londres, houve a primeira grande manifestação nacional contra a guerra no Iraque desde que os ataques começaram. Deputados contrários à política de Blair, que enviou 45 mil soldados britânicos à zona de conflito, estiveram presentes.
Reuters |
Glasgow, Escócia |
Em outro país opositor da guerra, a Alemanha, 300 pacifistas impediram o acesso à base aérea dos EUA em Spangdahlem. Dezenas de soldados alemães, que garantem há vários meses a segurança da base, observaram o protesto sem intervir.
Cerca de 800 militares dos EUA da base aérea de Spangdahlem, a maior instalada na Alemanha, foram enviados para cumprir missão na guerra contra o Iraque e outros podem seguir nos próximos dias.
Escócia, Portugal, Suíça, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega também receberam atos contra a guerra. Em Helsinque, capital finlandesa, os manifestantes gritavam: "George Bush e CIA: quantas crianças vocês vão matar hoje?".
Ásia
Os neozelandeses foram às ruas com o mesmo objetivo. Eles gritavam frases como "Não à guerra por petróleo" e carregavam cartazes contrários ao conflito. Na capital, Wellington, 4.000 pessoas tocando cornetas e tambores se concentraram em frente à embaixada norte-americana.
Na Austrália, cerca de 2.500 manifestantes fizeram uma passeata em Hobart, no Estado da Tasmânia. O governo australiano enviou 2.000 soldados para o golfo Pérsico e disse hoje que suas forças especiais se envolveram em combates no interior do Iraque.
A população islâmica também mostrou seu descontentamento a uma ofensiva em um país árabe. Cerca de 300 muçulmanos se concentraram na frente da Embaixada dos Estados Unidos em Bangcoc, na Tailândia. "Deus é grande. Maldito seja Bush", gritaram os manifestantes. Muitos deles usavam camisetas com a foto de Osama bin Laden, acusado de comandar os atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington.
Reuters |
Faixa de Gaza |
No Paquistão, importante aliado dos EUA na chamada "guerra ao terrorismo", o país teve protestos isolados. Em Lahore, cerca de 500 seminaristas muçulmanos fizeram uma passeata declarando apoio ao Iraque. Em Karachi, principal cidade do país, bandeiras norte-americanas foram queimadas e alguns advogados propuseram boicote a produtos norte-americanos.
Em Calcutá, Índia, cerca de 15 mil muçulmanos se reuniram e acusaram os Estados Unidos de travarem uma guerra "contra o Islã e a humanidade". Também houve manifestação em frente à embaixada norte-americana em Nova Déli, com 5.000 pessoas. Algumas levavam garrafas com uma mistura de sangue e gasolina. "Peguem isso, que é o que vocês querem, e parem de atacar o Iraque", gritavam.
Na Mauritânia, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. No Egito, país muçulmano com quase 70 milhões de habitantes, milhares de estudantes realizaram protestos nas universidades. "Bush é o novo Hitler do século", gritavam.
Em Gaza, 10 mil palestinos marcharam nas ruas carregando fotos de Saddam Hussein, o qual apoiaria a Intifada (revolta popular palestina contra a ocupação israelense).
Analistas dizem que essas manifestações são discretas em comparação com o grau de irritação contra os Estados Unidos entre os 1,4 bilhão de muçulmanos do mundo, inclusive entre os que vêem o regime de Saddam Hussein com antipatia.
Com agências internacionais
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